Aos 55 anos, o actor deixa um percurso memorável no teatro, em particular na comédia, e com presenças marcantes também na televisão.
A sua personagem mais famosa será talvez ‘Toni’, da peça ‘A Conversa da Treta’, que partilhou ao lado de José Pedro Gomes, companheiro de diversas investidas na comédia. A dupla era imbatível na análise às qualidades e defeitos de se ser português.
Nascido em Lourenço Marques a 6 de Dezembro de 1954, mudou-se para Lisboa aos sete anos e a família instala-se em Carcavelos.
Ainda quando estava no Liceu de Nova Oeiras, a mãe, Ester, começa a ensaiar uma peça (‘A Casa de Bernarda de Alba’, de Garcia Lorca) no Teatro Experimental de Cascais. Feio acaba por aceitar o convite de Carlos Avilez para fazer a peça ‘O Mar’, de Miguel Torga, que se estreia em 1966.
A partir daí, entra em diversas peças de teatro na televisão, folhetins na rádio, publicidade e filmes.
Em 1969, regressa a Lourenço Marques. Continua os estudos, no Liceu Salazar, e faz uma digressão por Moçambique com a companhia Laura Alves, com a peça ‘Comprador de Horas’.
Em 1969, regressa a Lourenço Marques. Continua os estudos, no Liceu Salazar, e faz uma digressão por Moçambique com a companhia Laura Alves, com a peça ‘Comprador de Horas’.
Chegou a estudar para ser desenhador, mas continua ligado ao teatro ao longo da década de 70. Acaba por se tornar conhecido de toda a gente, graças à sua personagem de toxicodependente na segunda telenovela portuguesa, ‘Origens’
Quanto ao percurso nos palcos, o seu currículo inclui o Teatro Popular-Companhia Nacional I, o Teatro São Luiz, o Teatro Adoque, o Teatro ABC, a Casa da Comédia, o Centro de Arte Moderna, o Teatro Aberto, o Teatro Variedades, o Teatro Nacional D. Maria II e muitos outros grupos e projectos pontuais.
Faz muitas traduções e algumas das suas dobragens para televisão tornaram-se famosas.
Começa a encenar e o primeiro espectáculo é ‘Pequeno Rebanho Não Desesperes’, na Casa da Comédia. Segue-se ‘Vincent’, numa galeria de arte nas Amoreiras e ‘O Verdadeiro Oeste’, em Benfica.
Começa a dar aulas no Centro Cultural de Benfica e forma com vários alunos alguns grupos: O Esquerda Baixa e o Pano de Ferro, e com eles faz alguns espectáculos. A dupla assinou uma série de espectáculos que foram um sucesso sempre a crescer: ‘Conversa da Treta’, ‘O Que Diz Molero’, ‘Arte’, ‘Pop Corn’, ‘Jantar de Idiotas’, ‘O Chato’, ‘2 Amores’.
O facto de ‘Conversa da Treta’ ter chegado à televisão e ao cinema, tornou o rosto de Feio e de José Pedro Gomes um modelo da nova comédia popular.
Já doente, terminou a carreira de ‘A Verdadeira Treta’, como actor, e assinou duas encenações: ‘Vai-se Andando’ e uma versão de ‘Auto da Índia’, de Gil Vicente.
A 27 de Março deste ano, Dia Mundial do Teatro, foi distinguido por Cavaco Silva e passou a comendador da ordem de Infante D. Henrique. Visivelmente emocionado na cerimónia, que decorreu no Museu dos Coches, desabafou: “O teatro, para nós, é e será sempre uma festa.” António Feio viveu a fazer os outros felizes.
FONTE: Jornal Correio da Manhã
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