NOTÍCIAS DA LUSOFONIA

sexta-feira, 30 de julho de 2010

VIDA E OBRA DO COMPOSITOR JOSÉ LUIZ, AUTOR DO HINO DE CEARÁ-MIRIM/RN


VIDA E OBRA DO
COMPOSITOR JOSÉ LUIZ
(Autor do Hino de Ceará-Mirim)

O COMEÇO
            José Luiz nasceu em Ponta do Mato, distrito de Ceará-Mirim, no ano de 1915. Estudou o primário na cidade e em Natal iniciou o curso ginasial.  No ano de 1933, aos 18 anos, seguiu para o Rio de Janeiro no navio BAEPENDI, como soldado do Exército, pois devido a situação de guerra na Europa, as Forças Armadas do Brasil estavam em alerta. Mais tarde foi mobilizado para São Paulo, Três Lagoas e Aquidaurana.
            Sua aptidão para tocar violão o conduziu a conhecer músicos famosos da época, principalmente do Rio de Janeiro, onde fixou residência após deixar o Exército. Quando servia as Forças Armadas conheceu Luiz Gonzaga, que mais tarde  lhe deu uma força no mundo artístico, quando lançou o ritmo Baião no Café Nice.

O SUCESSO
            Em 1937 José Luiz aparece como violinista do cantor Augusto Calheiros, para quem compôs: “Grande Mágoa” e “Vida de Caboclo”. Também atuou com seu violão ao lado do grande astro Vicente Celestino, no Brasil e pela América do Sul.
            Em 1949 compôs o samba “Cremilda”, gravado por Moreira da Silva e o inscreveu no Concurso Oficial de Sambas e Marchas de carnaval do RJ, sendo o primeiro lugar. Disputaram com ele: Ary Barroso, Braguinha e Ataulfo Alves. 
            Ainda no Rio, juntou alguns músicos nordestinos e fundou um grupo regional para acompanhar nomes famosos, entre eles a cantora Ângela Maria, inclusive com participação no filme de Mazzaropi: “Fuzileiros do Amor”. Participou de outras produções cinematográficas como “O Cangaceiro” de Lima Barreto, “Fazenda do Ingá” e “O grande pintor”, estas últimas estreladas pelo comediante Ankito.
            Na década de 50 esteve em Ceará-Mirim o cantor Augusto Calheiros, que ao se apresentar acompanhado pelo grupo de José Luiz, disse que era com muito orgulho que ia cantar o seu maior sucesso, da autoria do compositor filho de Ceará-Mirim. Nesse momento seu talento foi revelado.
            José Luiz costumava todos os anos vir a Ceará-Mirim e realizava shows no Centro Esportivo e Cultural sem cobrar cachês. Demorava pouco devido a compromissos no Rio de Janeiro.
           
O HINO DE CEARÁ-MIRIM
            Quando compôs em homenagem a Ceará-Mirim, o hino da cidade, ele, segundo palavras do amigo Jadson Queiroz, estava com lágrimas nos olhos e disse que “aquele hino, era a sua maior obra, pois entre tantas que havia feito, aquela era especial, porque era a prova do seu grande amor pela terra”. Jadson foi presenteado com uma cópia do hino, escrita do próprio punho em papel de carta e com uma dedicatória. (Ver no histórico deste Blog  a postagem do dia 04/07/2008). Em 19 de outubro de 1973, numa proposição do então prefeito Ruy Pereira Júnior, a Câmara Municipal de Ceará-Mirim aprovou como Hino Oficial do município a sua composição.

A DOENÇA
            José Luiz foi acometido de  trombose, sequela de um derrame cerebral, que o deixou com o lado esquerdo paralisado e com voz trêmula. Isso o afastou do meio artístico em 1963. Esse fato o trouxe de volta a Ceará-Mirim, mais precisamente para a comunidade de Ponta do Mato. Passou a viver de uma pensão concedida pela municipalidade. Tudo o que ganhou gastou em mesas de bares. Depois, em Ceará-Mirim residiu num quarto de pensão na Avenida Gal. João Varela. Posteriormente quando a doença lhe afligiu mais o corpo, José Luiz foi morar com uma irmã em Natal.

A MORTE E O ESQUECIMENTO
            No dia 27 de dezembro de  1982, com  67 anos de idade, José Luiz faleceu no Hospital do Câncer Dr. Luiz Antônio. Sabe-se que o seu corpo foi sepultado no cemitério do Bom Pastor. Seus familiares não sabem a localização do túmulo.
            Comenta-se que José Luiz teve muitas decepções no meio artístico, inclusive com Nelson Gonçalves, que aproveitou algumas de suas composições gravando-as como autoria de outros compositores.
            No bairro das Quintas em Natal há uma rua com o seu nome. No distrito de Ponta do Mato há um Largo e também uma rua denominados Compositor José Luiz.
            Ainda existe em Ceará-Mirim quem não ouviu falar em José Luiz.

Pesquisa do Blog: CHAMINÉ (já extinto) 
DO AMIGO EDVALDO MORAIS
Fonte:  Maria Edna Alves França e  Maria do Rosário de Fátima Dantas  
            Biblioteca Pública Dr. José Pacheco Dantas – Ceará-Mirim

6 comentários:

  1. Existe alguma música dele disonível na internet? Estou tentnado achar, mas não consigo.

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  2. Olá, sou prima de José Luiz e, também, ele era afilhado de minha avó materna. Com quem posso conversar em Ceará-Mirim par aobter mais informações sobre José Luiz?
    Grata,

    Maria Aparecida da Silva FErnandes

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  3. Olá, Aparecida Fernandes! Que prazer ter seu comentário aqui no "NOTÍCIAS DA LUSOFONIA"! Ora, eu tive o prazer de conviver com o Zé Luís na minha infância, pois ele foi muito amigo do meu pai, inclusive frequentou bastante nossa casa em Ceará-mirim e nossa casa na Praia da Maracajaú naquela época! Bem, ele já estava com trombose e andava com dificuldades. Meu pai levava-o para caminhar, tomar banho de mar... Portanto, a pessoa mais indicada para você conversar e saber mais sobre o seu primo seria o meu pai: Raimundo Rocha (esposo de Dona Marli Câmara) ou o historiador Gibson Machado, que sabe tudo sobre Ceará-mirim. Espero ter lhe ajudado. Grande abraço, do além-mar...

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  4. OLHE,EU TIVE O PRAZER DE CONHECER PESSOALMENTE NO ANOS 60,NO FINAL,NÃO ME LEMBRO DA DATA CORRETA,MEU PAI,CICERO PEREIRA DE CARVALHO,AJUDOU MUITO ELE,DEU UMA CASA PARA MORAR NO BAIRRO DAS QUINTAS ,QUE HOJE LEVA O NOME DELE,É UMA CASA ,QUE A RUA FICA EM FRENTE AO POSTO CONFIANÇA,A CASA SUBINDO FICA ANTES DE COMEÇAR A 1º RUA ,LADO ESQUERDO DE QUEM SOBE, LEMBRO QUE ELE ESTAVA COM UMA TROMBOSE,BEBIA MUITO ERA MUITO BOÊMIO,ERA MUITO REVOLTADO COM OS ARTISTA DA QUELA ÉPOCA,CITAVA DE NELSON GONÇALVES,DE VICENTE CELESTINO E MUITOS OUTROS, ACONTECE QUE QUEM TEM QUE FAZER,POR ELE SOMOS NOS,PARA NÃO PERDER NO ESQUECIMENTO,ELE CITOU ,ME LEMBRO ,QUE ESTAVA ENSAIANDO COM VICENTE CELESTINO,UMA CENA DO FILME, QUE ELE FAZIA UMA PONTA NO FILME,EM QUE ELE,FAZIA UM BÊBADO, E EM UMA RUA,DE ESQUINA,ELE NA CENA,VICENTE PERGUNTAVA A ELE (O PERSONAGEM DELE)QUEM VEM LÁ,ELE RESPONDIA QUE ERA A PUTA QUE PARIU, ENTÃO ELE DISSE AO PERSONAGEM DE VICENTE,A BENÇA MÃE.ESTA CENA FOI CORTADA ,PELA CENSURA DA ÉPOCA,O PERSONAGEM DO FILME EM QUE PARTICIPOU MORREU ATROPELADO,
    O FILME FOI FEITO,FOI FEITO EM CIMA DESTE FILME,O ÉBRIO,UM FILME NOS ESTADOS UNIDOS ,POR NOME DE FARRAPO HUMANO,QUE POR SINAL GANHADOR DE OSCAR,E ELE COMENTAVA QUE GILDA DE ABREU,E VICENTE,RECLAMAVA MUITO DO GOVERNO DO BRASIL,POR NÃO FAZER NADA POR ELES,FOI ASIM QUE EU ME RECORDO DE ZÉ LUIS,QUINTAS E BAIRRO NORDESTE.

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  5. José Luiz é autor do baião "Trabalha, Mané", uma das primeiras gravações de Claudette Soares. O grupo Os Cangaceiros, liderado por ele, também gravou a música e ainda a interpretou no filme "Fuzileiro do amor", da Cinedistri, estrelado por Mazzaropi sob a direção de Eurides Ramos.

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  6. Luiz em Natal antes dele morrer em uma mesa de bar era uma pessoa que tinha uma boa conversa

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