NOTÍCIAS DA LUSOFONIA

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

ADEMAR MACEDO ENVIA-ME "M E N S A G E N S P O É T I C A S"

Uma Trova Nacional
Saudade, flor que se dá
ao cemitério tristonho,
que tristeza é enfeitar
a sepultura de um sonho.
Arlene Lima/PR
Uma Trova Potiguar
Quando a noite vai embora,
a aurora vem, de mansinho,
despertando fauna e flora
na mata e no ribeirinho.
–Marcos Medeiros/RN–
Uma Trova Premiada
2010 - Curitiba/PR
Tema - IMAGEM - M/H
Quem pratica a temperança
e cultiva o dom do amor
tem, na imagem, semelhança
com  seu próprio Criador.
–Nei Garcez/PR– 
Uma Trova de Ademar
Para o pobre interagir,
Deus lhe deu, para viver:
uma boca p’ra pedir...
duas mãos p’ra receber!...
–Ademar Macedo/RN–
...E Suas Trovas Ficaram
Parti, lutei vida afora,
foi longo o tempo de ausência...
Mas volto a abraçar-te agora,
meu berço, minha querência!
–Manita/RJ– 
Simplesmente Poesia
FOTO FACTUAL 
Frequentemente me perco,
entre a insatisfação contida
de um povo
e a volúpia irreprimida
da indignação.
Faço uma fotografia digital,
que revela o olhar adormecido
de um fato social,
escondido nos porões do esquecimento
e da miséria.
Lá a dor se pode suportar,
a fome deve esperar
e a vida resseca
e se aguenta
na soleira escaldante
o ano inteiro.

–Diulinda Garcia/RN–
Estrofe do Dia
Eu criei meu zebu com muito gosto
Na ração dei capim, melaço e sal
De manhã ao levá-lo ao matagal
Eu sentia correr suor do rosto,
Ao buscá-lo, à tardinha, o sol já posto
Muito alegre encontrava o meu tesouro
E pra mim bem pior que algum estouro
Foi levá-lo pro fim dessa jornada
Como é triste a imagem da boiada,
Quando segue em destino ao matadouro.
–Ismael Gaião/PB–
Soneto do Dia
AO SEMEADOR
Encontre-se entre os frutos uma oliva
e ao menos uma rosa nos florais.
Se a fortuna vos falha, por esquiva,
plantai de novo, e sempre, e muito mais.

Segui, juncando a orla dos caminhos
de roseiras sem conta e de olivais.
Sangrar-vos-eis, de certo, nos espinhos,
certo, vos queimarão sois estivais.

Vezes a praga e os pássaros daninhos
perderão a colheita, ou a primitiva
semente esconderão os chãos maninhos.

Árdua é a tarefa. Embora! A alternativa
de servir os passantes e os vizinhos,
compensa o dissabor e em paz deriva.

–João Justiniano da Fonseca/BA–

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

ADEMAR MACEDO ENVIAR-ME "M E N S A G E N S P O É T I C A S"

Tenha uma quarta-feira cheia de flores!

Uma Trova Nacional
Ao perder-se um grande amor
o coração dá um brado:
– Por favor, tire essa dor!
Oh, pranto! Fique calado!!!
José Feldman/PR

Uma Trova Potiguar
A vida é palco, onde há canto
de maldade, espanto e dor...
Não há cortina, entretanto,
que feche um palco de amor!
–Mara Melinni/RN–
Uma Trova Premiada
2000 - Bandeirantes/PR
Tema
- SEMBLANTE - Venc.
Teu semblante, mesmo mudo,
na foto, escuta o que falo
e assim, calado, diz tudo,
e ao dizer tudo... me calo.
–Joaquim Carlos/RJ–
Uma Trova de Ademar
Entre sonos e cochilos,
numa deslumbrante rota,
meus sonhos voam tranquilos
nas asas de uma gaivota...
–Ademar Macedo/RN–
...E Suas Trovas Ficaram
LEGADO
quando eu me for

ficarão as palavras
-aprendizado em surdina

no fundo do peito
dos ancestrais
entre lírios e versos
lição guardada:
engenho fincado à terra
–Luiz Otávio Oliani/RJ–
Estrofe do Dia
Na máquina do tempo, eu embarquei
pra curar minha angústia e minha ânsia,
fui rever o meu tempo de infância
e a casinha na qual eu me criei;
minha primeira escola que estudei
quando eu tinha na época pouca idade,
de entrar nela, outra vez senti vontade
mas na hora meu acesso foi negado;
eu invadi o espaço do passado
viajando nas asas da saudade.
Júnior Adelino/PB
Soneto do Dia
VIAJANTE DO TEMPO
Venho de longe, nos ombros trazendo
peso de vidas outrora vividas.
Venho de longe, venho de outras vidas,
tempo afora vivendo e revivendo.

De tempos idos, priscas eras idas
venho volvendo tempo-espaço, sendo
em cada ciclo (vivendo e aprendendo)
preparado para futuras vidas.

E sigo nesta contínua viagem
pelo que chamam tempo. Na bagagem
vou transportando infinitas memórias.

Venho de longe e vou rumo ao futuro
– destino infinito. Sigo seguro
de que ainda viverei muitas histórias.
–João Costa/RJ–

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

MENSAGENS POÉTICAS PARA DESCONTRAIR

Uma Trova Nacional
Meu avô é um garanhão!
Um segredo, assim, o torna:
é um tremendo comilão
de um tal ovo de codorna...
Roberto Tchepelentyky/SP

Uma Trova Potiguar
Bateu na porta da frente
e correu para a de trás.
Desta forma inteligente, 
pegou dez “sócios” ou mais!
Francisco Macedo/RN

Uma Trova Premiada
2007 > Bandeirantes/PR
Tema > VISITA > M/H.
Sobre o colo da visita
pula logo a cadelinha
e a visita, mesmo aflita,
tem que dizer: - Que gracinha!...
Marina Bruna/SP

Uma Trova de Ademar
Fui num forró outro dia,
“bebum” que só um caçote;
tinha um pote de água fria...
Fiz xixi dentro do pote!
Ademar Macedo/RN
 
...E Suas Trovas Ficaram
Vendo colírio e receio
que o patrão, por ser de lua,
queira pingar-me no meio
do próprio “olho da rua”...
Aprygio Nogueira/MG

Simplesmente Poesia
MOTE:
Feijoada sem tempero,
Pra mim não é feijoada...
 
GLOSA:
Pensei que fosse exagero
da cozinheira nervosa,
quero ver ficar gostosa
Feijoada sem tempero.
Nem pega gosto e nem cheiro,
não vai ter gosto de nada;
outra mulher convidada
também deu sua versão:
agua suja de feijão,
Pra mim não é feijoada...
Augusto Macedo/RN

Estrofe do Dia
Admiro muito o milho
pela sua utilidade,
dá xerém, dá mungunzá
pra  se comer a vontade,
e ainda sobra o sabugo
pra outra necessidade...
João Izidro/PE

Soneto do Dia
SONETO OITOCENTISTA
Nosso Segundo Império teve estilo
como nenhum país americano.
Deploro Deodoro e Floriano,
pois junto aos monarquistas me perfilo.
 
Com parlamentarismo a distingui-lo,
Dom Pedro foi tranqüilo soberano.
Temperamento oposto ao do tirano,
jamais diria: "Fi-lo porque qui-lo!".
 
O toque mais charmoso, além do bonde,
é o grau, de que a república me priva:
barão, duque, marquês, visconde, conde.
 
Mas eis que, agraciado pelo Piva,
recebo o que melhor me corresponde:
Já sou Conde Mattoso! Salve! Viva!
Glauco Mattoso/SP

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

VIDA E OBRA DO COMPOSITOR JOSÉ LUIZ - Autor do Hino de Ceará-Mirim/RN-BRASIL


O COMEÇO
            José Luiz nasceu em Ponta do Mato, distrito de Ceará-Mirim, no ano de 1915. Estudou o primário na cidade e em Natal iniciou o curso ginasial.  No ano de 1933, aos 18 anos, seguiu para o Rio de Janeiro no navio BAEPENDI, como soldado do Exército, pois devido a situação de guerra na Europa, as Forças Armadas do Brasil estavam em alerta. Mais tarde foi mobilizado para São Paulo, Três Lagoas e Aquidaurana.
            Sua aptidão para tocar violão o conduziu a conhecer músicos famosos da época, principalmente do Rio de Janeiro, onde fixou residência após deixar o Exército. Quando servia as Forças Armadas conheceu Luiz Gonzaga, que mais tarde  lhe deu uma força no mundo artístico, quando lançou o ritmo Baião no Café Nice.

O SUCESSO
           Em 1937 José Luiz aparece como violinista do cantor Augusto Calheiros, para quem compôs: “Grande Mágoa” e “Vida de Caboclo”. Também atuou com seu violão ao lado do grande astro Vicente Celestino, no Brasil e pela América do Sul.
            Em 1949 compôs o samba “Cremilda”, gravado por Moreira da Silva e o inscreveu no Concurso Oficial de Sambas e Marchas de carnaval do RJ, sendo o primeiro lugar. Disputaram com ele: Ary Barroso, Braguinha e Ataulfo Alves. 
            Ainda no Rio, juntou alguns músicos nordestinos e fundou um grupo regional para acompanhar nomes famosos, entre eles a cantora Ângela Maria, inclusive com participação no filme de Mazzaropi: “Fuzileiros do Amor”. Participou de outras produções cinematográficas como “O Cangaceiro” de Lima Barreto, “Fazenda do Ingá” e “O grande pintor”, estas últimas estreladas pelo comediante Ankito.
            Na década de 50 esteve em Ceará-Mirim o cantor Augusto Calheiros, que ao se apresentar acompanhado pelo grupo de José Luiz, disse que era com muito orgulho que ia cantar o seu maior sucesso, da autoria do compositor filho de Ceará-Mirim. Nesse momento seu talento foi revelado.
            José Luiz costumava todos os anos vir a Ceará-Mirim e realizava shows no Centro Esportivo e Cultural sem cobrar cachês. Demorava pouco devido a compromissos no Rio de Janeiro.
           
O HINO DE CEARÁ-MIRIM
            Quando compôs em homenagem a Ceará-Mirim, o hino da cidade, ele, segundo palavras do amigo Jadson Queiroz (pai do historiador Gibson Machado), estava com lágrimas nos olhos e disse: “este hino, era a sua maior obra, pois entre tantas que havia feito, aquela era especial, porque era a prova do seu grande amor pela terra”. Jadson foi presenteado com uma cópia do hino, escrita do próprio punho em papel de carta e com uma dedicatória. (Veja abaixo o histórico da postagem do CHAMINÉ do dia 04/07/2008). Em 19 de outubro de 1973, numa proposição do então prefeito Ruy Pereira Júnior, a Câmara Municipal de Ceará-Mirim aprovou como Hino Oficial do município a sua composição.

RELÍQUIA
O hino de Ceará-Mirim, no manuscrito abaixo, 
foi entregue pelo autor José Luiz
ao Sr. Jadson Queiroz em 11/07/1971.
HINO OFICIAL DE CEARÁ-MIRIM

Ceará Mirim da Usina São Francisco
Ceará Mirim da Praia Muriú
Ceará Mirim dos verdes coqueirais
E dos Canaviais
Miragem  do Patú
Ceará Mirim Cidade Brasileira
Ceará Mirim do meu coração
Ceará Mirim da Santa Padroeira:
Nossa Senhora da Conceição
Terra abençoada
Idolatrada
Tão Tropical

Terra da Usina Ilha Bela
Cidade Aquarela
Cidade Natal



A DOENÇA
            José Luiz foi acometido de  trombose, seqüela de um derrame cerebral, que o deixou com o lado esquerdo paralisado e com voz trêmula. Isso o afastou do meio artístico em 1963. Esse fato o trouxe de volta a Ceará-Mirim, mais precisamente para a comunidade de Ponta do Mato. Passou a viver de uma pensão concedida pela municipalidade. Tudo o que ganhou gastou em mesas de bares. Depois, em Ceará-Mirim residiu num quarto de pensão na Avenida Gal. João Varela. Posteriormente quando a doença lhe afligiu mais o corpo, José Luiz foi morar com uma irmã em Natal.

A MORTE E O ESQUECIMENTO
            No dia 27 de dezembro de  1982, com  67 anos de idade, José Luiz faleceu no Hospital do Câncer Dr. Luiz Antônio. Sabe-se que o seu corpo foi sepultado no cemitério do Bom Pastor. Seus familiares não sabem a localização do túmulo.
            Comenta-se que José Luiz teve muitas decepções no meio artístico, inclusive com Nelson Gonçalves, que aproveitou algumas de suas composições gravando-as como autoria de outros compositores.
            No bairro das Quintas em Natal há uma rua com o seu nome. No distrito de Ponta do Mato há um Largo e também uma rua denominados Compositor José Luiz.
            Ainda existe em Ceará-Mirim quem não ouviu falar em José Luiz.

Pesquisa do Blog CHAMINÉ:
Fonte:  Maria Edna Alves França e  Maria do Rosário de Fátima Dantas  
            Biblioteca Pública Dr. José Pacheco Dantas – Ceará-Mirim

MATÉRIA TRANSCRITA DO BLOGUE: CHAMINÉ