Protesto: Agentes culturais encheram o Maria Matos em Lisboa

Artistas exigem fim dos cortes

Imagem: Vasco Neves

Juntos e a uma só voz, representantes de várias áreas da Cultura, do cinema à dança, passando pelo teatro e artes performativas, exigem que o primeiro-ministro revogue o artigo 49 do decreto-lei que determina a redução de dez por cento de apoios financeiros do Ministério da Cultura (MC).

A exigência, endereçada também à ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, foi o resultado da assembleia ontem realizada no Teatro Maria Matos, em Lisboa. Convocada pela Plataforma Cinema, a reunião juntou 600 pessoas, incluindo representantes da Plateia, Rede (dança) e Plataforma Teatro, que congregam profissionais dos respectivos sectores.

No comunicado de sete pontos a enviar a José Sócrates, todas as estruturas exigem "o fim do discurso da subsidiodependência" por parte do Governo e "o respeito pelos artistas e criadores portugueses" que, sustentam, "há dez anos vivem com sucessivos cortes". A actriz Mónica Calle leu o texto que sumariza as várias posições das estruturas, no qual os criadores sublinham que os cortes são "injustos", vão ter "consequências dramáticas e criar desemprego".

Ada Pereira da Silva, da Plateia, disse que os agentes culturais são "os reis das omeletas sem ovos". Jacinto Lucas Pires, um dos participantes na reunião, disse ao CM que ‘Absurdos Contemporâneos’, trabalho em que participa como dramaturgo, parou devido aos cortes. "As migalhas que estão a tirar são a vida de pessoas", afirmou.

Já Ruy de Carvalho, "completamente solidário" com o protesto, atirou farpas a Gabriela Canavilhas: "Como é que uma artista pode fazer isto aos artistas. Como é que tem coragem?"

 Por:Luís Figueiredo Silva

Jornal Correio da Manhã