NOTÍCIAS DA LUSOFONIA

segunda-feira, 31 de maio de 2010

FAZEM 13 ANOS QUE "FREI DAMIÃO" FALECEU



E PARA RELEMBRAR "FREI DAMIÃO", AQUI ESTÁ UMA IMAGEM DELE, JUNTAMENTE COM A MINHA SAUDOSA MÃE: "MARLI CÂMARA", NA ÉPOCA EM QUE ELA FOI CATÓLICA ASSÍDUA.

NA ESQUERDA DA FOTO: MARLI CÂMARA
(Minha saudosa mãe)
LOCUTOR ETEWALDO (No centro)
E FREI DAMIÃO (À direita)
NUMA DAS MUITAS MISSÕES
CELEBRADAS EM CEARÁ-MIRIM/RN


A Igreja Católica lembra hoje os 13 anos do falecimento de Frei Damião


FREI DAMIÃO
(Imagem do Google)

Há exatamente 13 anos, em 31 de maio de 1997, o Senhor chamava para seu convívio, o eterno missionário capuchinho, Frei Damião de Bozzano.


Se você perguntar hoje a alguém de 70 anos quem era esse grande missionário, com certeza terão a resposta na mesma hora. Quem não se lembra daquelas madrugadas, das confissões, das pregações que ele fazia? É impossível não recordar.


O Pe. Pio Giannoti, seu nome de batismo, nasceu em 05 de novembro de 1898, em Bozzano (Itália). Veio para o Brasil em 1931, quando começou as suas missões pelo Nordeste.


A nossa paróquia, dedicada à Maria Santíssima, foi tantas vezes visitada por ele, que era devoto da Mãe de Deus. Frei Damião, por onde passava sempre aconselhava o povo que buscasse sua salvação, que vivesse sempre em comunhão com Deus.


Durante 66 anos, dizia que o segredo da santidade percorreu esse chão tão sofrido do Nordeste levando a Palavra de Deus.


Hoje, 13 anos após sua partida para o convívio dos eleitos, muita gente o considera um santo pela semente que ele plantou. E quem ouviu aquelas palavras vivencia os frutos daquelas sementes.


Posso dizer que Frei Damião fez a parte dele, já deu a sua contribuição na construção do Reino de Deus. Agora compete a nós fazermos a nossa parte, para que o Senhor nos conceda também o seu convívio eterno.


Como dizia o saudoso Luiz Gonzaga: "Frei Damião, meu bom Frei Damião, eu sou nordestino e estou pedindo sua bênção"


FONTE: Blog Rádio 87 fm
 http://blog87fm.blogspot.com/

PROJETO DE DIFUSÃO DA LITERATURA FEMININA DO RN.

A ESCRITORA E POETISA POTIGUAR "FLAUZINEIDE DE MOURA MACHADO" ESTEVE NA CIDADE DE MOSSORÓ, ESPECIFICAMENTE NA AFLAM-RN E VIVENCIOU ABENÇOADOS E MARAVILHOSOS MOMENTOS

Duas acadêmicas: Socorro Fernandes e Socorro Cavalcante 
coduziram Flauzineide à sala do encontro.

FLAUZINEIDE diz...

"A convite da Presidente da Academia Feminina de Letras e Artes de Mossoró-AFLAM/RN professora Maria da Conceição Maciel, fui participar de um momento especial onde as acadêmica se reuniram para exalar poesias e comemorar os aniversários do trimestre. Fazendo parte da pauta estava um relato sobre o projeto: Difusão da Literatura Feminina Potiguar, em síntese contei parte da trajetória das ações desenvolvidas, enfoquei a coincidência do projeto haver iniciado exatamente no dia 29 de maio de 2003, socializamos informações, fizemos trocas de livros de nossas escritoras, formamos uma brilhante parceria, acendemos as velinhas do bolo lindo, sugestivo e gostoso feito por uma das acadêmicas e cantamos parabéns às aniversariantes e comemoramos os 7 anos do Difusão da Literatura Feminina Potiguar que continua firme e cada vez mais trazendo prazer através de momentos como estes. A seguir houve a visitação à exposição dos banners(parte do acervo) das escritora e poetas que já participam do projeto. Saí bem feliz e agraciada com tanta receptividade. Logo estarei mostrando link do site da AFLAM e todos nós vamos saber mais sobre as ações da referida instituição. Nosso muito obrigada a todas as presentes pelos momentos poéticos contagiantes e um especial agradecimento à Ceição Maciel à Socorro Cavalcante e à Socorro Fernandes."

Flauzineide termina seu relato 
mostrando um dos subtemas do projeto 
que é uma de suas oficinas.

Doação da camiseta, parte do acervo do projeto, 
este é um patrocínio da MODENA VEÍCULOS
 à escritora acadêmica da ALACE 
(Academia de Letras e Artes do Ceará)
 Maria do Socorro Cavalcante.

O lindo e saboroso bolo que abrilhantou os aniversários 
das acadêmicas e juntas também comemoramos
 os 7 anos do projeto: Difusão da Literatura Feminina Potiguar.

Exposição dos Banner's do 
PROJETO DE DIFUSÃO DA LITERATURA
FEMININA POTIGUAR

Flauzineide ao lado da estátua do jornalista 
Dorian Jorge Freire
que encontra-se na Praça da Rendenção 
em frente à Biblioteca Ney Pontes
Mossoró/RN.
Se quiser saber mais sobre o jornalista é só consultar no google.


ESTE É UM GRANDE PROJETO, IDEALIZADO POR ESTA AMIGA (FLAUZINEIDE), QUE ESTOU A PARTICIPAR COM MUITO ORGULHO COM ESTE MEU BANNER. VEJAM...

VISITEM O BLOG DE
FLAUZINEIDE MOURA

AGENDA CULTURAL - PORTUGAL

Publicidade - cmp-Revista à Portuguesa

VÁ AO TEATRO!


Revista à Portuguesa


"Cá Vamos inde!!"


EM MEXILHOEIRA GRANDE
REGIÃO ALGARVE


Entrada Livre
Sextas e Sábados


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Sessões de sensibilização - Hipertensão Arterial

de 2010-6-4 a 2010-9-27
Câmara Municipal de Vila do Bispo,
 Rede Social
Sessões de sensibilização 
- Hipertensão Arterial - avaliação de parâmetros
Todas as sessões têm inicio às 15h00 e são 

destinadas a toda a população.




  • 4 de Junho - Associação Projecto Novas Descobertas  - Burgau


  • 20 de Julho - Junta de Freguesia de Sagres


  • 27 de Julho - Centro de Dia da Santa Casa da Misericórdia de Vila do Bispo na Raposeira


  • 20 de Setembro - Sociedade de Instrução e Recreio de Budens


  • 27 de Setembro - Instalações da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila do Bispo

Informações: Centro Cultural de Vila do Bispo 

| tel.:282 630 300





MENSAGEM DO AMIGO: FRANKLIN JORGE, NATAL/RN - BRASIL



FRANKLIN JORGE disse...





"Cara Ceicinha Câmara, que passo a conhecer agora graças à "intriga do bem" do nosso amigo incomum Pedro Simões. Pelo seu nome de familia -Câmara -, creio que ainda chegamos a ser parentes, pois minha avó materna - uma ceara-mirimense oriunda do Sítio Passagem Funda, em Taipu - é uma autentica Rodrigues da Câmara e Ferreira da Cruz...
Muito grato por sua atenção, divulgando-me em seu blog que estou descobrindo agora.
Como se interessa pela cultura da nossa terra, sugiro-lhe que acesse em meu blog "O Santo Oficio" o que escrevi sobre a escritora Maria Madalena Antunes Pereira.O endereço é:

www.franklinjorge.com/blog

(no qual faço postagens diárias de textos meus e dos colaboradores);

e, no meu site, cujo endereço é:

www.franklinjorge.com/site

acesse o Canal "Séries", onde tenho publicado fragmentos de um dos meus livros sobre o Ceará-Mirim.

Sem mais, receba meus cumprimentos e votos de muito sucesso em seus empreendimentos.

Franklin Jorge

e-mail: franklinjorge@yahoo.com.br

ou

franklinjorge@novojornal.jor.br

POESIA DE SILVINO POTÊNCIO, QUE ENVIOU-ME ONTEM (30) POR E-MAIL

SILVINO POTÊNCIO  diz...

"Cara Amiga Ceicinha Câmara, 
Nobre Poetisa Cearamirinense,

Visitei o seu Blog nesta manhã de domingo e lhe deixo aqui um poema meu para lembrar o Aulgarveschwitz que lá vivi!..."


De: S.S. Potêncio   
<< VINTE E QUATRO HORAS...>>  (9)

Vinte e quatro horas de vida,
 Passaram por mim desde então,
  Que senti em mim salvação.
   Que senti liberdade perdida,
    Revivendo a tua figura,...
     Colhi sensações de ternura!

Vivi correndo ansiosamente,
Procurando nem sei bem...
Se abrigo ou amor de alguém,
Se para fugir de entre a gente!

Quando passaste a meu lado,
 Vertigens de amor me surgiram.
   E as horas de um dia fugiram.
    Senti-me de todo frustrado,
Correndo de novo para ti,...
Não te encontrei – mas vivi!!!!

Autor: Silvino Potêncio 
(in: EU, O PENSAMENTO E A RIMA!”...)


SILVINO POTÊNCIO
É POETA PORTUGUÊS

DE MIRANDELA
RADICADO EM NATAL
RIO GRANDE DO NORTE


SARAU LÍTERO MUSICAL NO CONSELHO DE ODONTOLOGIA, NATAL/RN - BRASIL


CONSELHO REGIONAL DE ODONTOLOGIA DO RN
CONVIDA PARA O SEU PROGRAMA QUARTACULTURAL:
SARAU LÍTERO MUSICAL: 
1 ª e  QUARTA-FEIRA 
DO MÊS
Mês à
06
07
08
09
10
11
12
Dias à
02-16
07-21
04-18
01-15
06-20
03-17
01-15
Próximo: Dia 02.06 – Das 18 às 21 horas
CALENDÁRIO ANUAL DOS SARAUS:


Auditório: Rua Cônego Leão Fernandes, nº 619. Petrópolis
(Paralela à Av. Afonso Pena, liga a Av. Rodrigues Alves à Rua Mossoró)
TEMA CENTRAL: FESTAS JUNINAS
Venha fazer “SARAUTERAPIA”: Declame, cante conte causos ou apenas assista à apresentação de Poetas, Músicos etc..
Coordenação/Recepção: Sociedade Brasileira de Dentistas Escritores
Apoio / Apresentação: Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do RN
Valor do ingresso: Um Fraternal Abraço!
PARTICIPE TAMBÉM DA SEGUINTE PROGRAMAÇÃO:
CIRANDA POÉTICA
da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do RN - SPVA
Todos os sábados, das 17 às 19 horas
Local: Colégio Winston Churchill - Av. Rio Branco
ESPAÇO CULTURAL CANTO DO MANGUE
(TODO 2º SÁBADO DO MÊS)
Local: Praça “Pôr do Sol” / Rocas - Defronte ao Mercado doPeixe Poesia e Música com o Conjunto “Táyo da Gata”
Coordenação: Poeta JAÉCIO CARLOS
PRÓXIMO: DIA 12. 06. 2010 - Início: 19 horas
HOMENAGEM DO MÊS: POETISA ESTHER MORAIS
SEXTA DO REPENTE - Local: Palácio da Cultura - 1º andar
Toda 1ª sexta-feira do mês, das 20 às 22 horas.
Coordenação: AEPP - Associação Estadual dos Poetas Populares do RN.
ENTRADA LIVRE PARA QUEM GOSTA DE POESIA, MÚSICA, HUMANISMO!
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Veja o melhor da informação sobre cultura, arte, poesia em http://www.blogger.com/goog_1102494640janiasouzaspvarncultural.blogspot.comculturaseafectoslusofonos.com
"Este é um convite para passar algumas horas sem ligação com o "mundo externo", curtindo as delícias de apresentações poéticas e musicais, de maneira bastante descontraída e num ambiente de grande humanismo, daí ser apelidado de "Sarauterapia". Compareça e não se arrependerá, temos certeza! Fraternal abraço da Coordenação e da SPVA que conduz esses momentos mágicos." 
DR.RUBENS AZEVEDO
PRESIDENTE DA SBDE
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DENTISTAS ESCRITORES 




Convidamos para acessar:
sobre: Poesia, Fotografia, Cultura, Arte e muito mais...
Revista de Turismo nos Países Lusófonos
3- http://outraseoutras.blogspot.com/
FONTE DESTA NOTÍCIA: Blog VIVICULTURA

domingo, 30 de maio de 2010

AGENDA CULTURAL VILA DO BISPO - PORTUGAL



•••Exposição•••


Até ao dia 30 de Junho, no Arquivo Municipal, vai estar patente uma exposição documental intitulada «Código de Posturas do Concelho de Vila do Bispo: a disciplina popular na 2ª metade do século XIX». Horário: de segunda a sexta-feira das 10h00 às 16h00. 



•••Sensibilização•••

Quarta-feira, dia 2, às 15h00, na Junta de Freguesia de Sagres, sessão de sensibilização sobre violência doméstica – chega de silêncio e de sofrimento! Denuncie!. 

MENSAGEM DO DR-PEDRO SIMÕES. NATAL/RN - BRASIL

  

Carissimo(a)s Amigo(a)s
Estou remetendo, em anexo, o quarto perfil de personalidades cujas biografias, cheias de riqueza e de singularidades, me encantam. Já revelei Jales Costa, Armando Holanda, Manoel Onofre Júnior e agora, Franklin Jorge.
O meu perfilado de hoje é dono de uma personalidade polêmica. 
A ele, ninguém nega o talento, a inteligência fulgurante, a cultura e, sobretudo, a autoria de um texto literário mágico - entre o jornalistico e o lírico, entre o mordacidade caustica e construção estruturalista.
É possível que alguns dos seus desafetos encontrem no perfil algo que considerem ser exagero, superestimação ou generosidade.
Entretanto, a bem da verdade, não tive intenção de agradar ou desagradar. Mas o de, valendo-me das "leituras" das opiniões que o favoreciam ou desfavoreciam, da sua conduta notória e do conjunto de sua obra, avaliá-lo com correção, sem preconceitos, inserindo-o num contexto verossímil. 
Não sei se consegui atingir o objetivo. Mas valeu a pena.
Um bom fim de semana.
Abraços
Pedro Simões





FRANKLIN JORGE: 

ENTRE O NIILISMO E O ILUMINISMO




Acostumei-me à convivência com as diferenças e os diferentes e a respeitá-los, embora me valha freqüentemente de uma frase recorrente: sou capaz de conviver com os anjos e não me converter, com os demônios e não me perverter.
Meu pai não “fazia a feira”; não guardava, controlava ou valorizava o dinheiro; não fumava, não bebia, não freqüentava os prostíbulos, não ia à missa; não exercia o poder patriarcal sobre os membros da sua pequena família; e era doce. Preferia ficar em casa, escrevendo, lendo ou “bolinando” os seus livros, pois tinha amor físico, também, pelos livros, como todo bibliófilo que se preze. E, para embaralhar ainda mais o juízo dos formadores de opinião, exercia a medicina como sacerdócio e não como negócio, e, suprema infâmia, o maior opróbio daquela época, entre os burgueses - era comunista.
Qual o conceito que dele faziam os seus contemporâneos interioranos, habitantes de uma cidade elitista, machista, senhorial e preconceituosa?
Um bom homem? Um ingênuo, um tolo, um “besta”? Um sonhador, um louco? Um papa-figo*, devorador de criancinhas? Um perigoso subversivo cujo exemplo já constituía uma ameaça aos “barões assinalados”?
Um dos seus “defeitos” tenho certeza que era do domínio público, porque os amigos mais afoitos me deram conhecimento: meu venerando pai seria “manobrado”por minha mãe, uma mulher pragmática, severa e matriarcal. A bem da verdade, ele não era. Apenas não aceitava as provocações, os convites às escaramuças quotidianas e as “recomendações” de minha mãe. Gostava da paz e da harmonia no seu reino. Evitava o confronto, mas, ao fim e ao cabo, fazia o que achava que devia ser feito.
Como julgá-lo – em qual contexto, sob quais paradigmas?
O ser humano habituou-se ao maniqueísmo e à dualidade. Não há meio-termo, nem ponderações. E geralmente pontificam os princípios e regras consagradas pelo poder dominante. Quando tratava de questões morais com os meus alunos do curso de direito, costumava dizer que a moral decorria dos valores assentes numa determinada sociedade e que estes defluiam dos juízos da classe dominante, mais que o consuetudinário.
Os parâmetros para o julgamento pessoal são fluídicos e mutantes, ao sabor das circunstâncias, conveniências e modulações conjunturais. Ortega Y Gasset sabia disso.
Como se constrói uma reputação? Como se cristaliza uma opinião? Como se formula um conceito pessoal?
Creio que é no terreiro da dialética, não necessariamente no pavimento da lógica. Os argumentos mais vigorosos (ou mais influentes) decidem qual juízo será adotado. Mas, quem desagrada ao conjunto dos formadores de opinião, certamente será desfavorecido na avaliação do seu caráter. As obras que, no meu julgamento pessoal, credenciam o avaliado, só têm serventia para meia dúzia de pessoas conscienciosas e firmes, que não se deixam converter, nem perverter-se.
O meu amigo Franklin Jorge é diferente. Até aí, nada a objetar. Ser diferente é distinto, como diz Arthur da Távola, de querer ser diferente. Num, as diferenças são genéticas, inatas; noutro, são produzidas, artificiais. Vai daí que o querer ser diferente, como a maquiagem, desfaz-se no primeiro mergulho em profundidade.
 Franklin, na sua espontaneidade e impulsividade, aqui dadas como virtudes, embora temerárias, cometeu muitos erros de estratégia. Avaliou mal muitos cenários. Bateu de frente com jamantas e escavadeiras na construção do seu espaço. E vem pagando por isso. É que ele é movido a conflitos, só está no seu elemento quando a polêmica se inaugura. É conduta típica dos replicantes e dos combatentes que se sabem miúdos e sozinhos para as pelejas e querem crescer, igualar-se aos adversários-Golias,  pela bravura e pela inteligência – pois estes são atributos que lhe sobejam - embora, desafortunadamente,  não seja um estrategista, como já ficou registrado. Certamente não o atraiu a leitura do clássico de Sun Tzu, pragmático e intuitivo.  Preferiu o racionalismo Maquiavélico.
O meu perfilado não é previsível, nem coerente, nem se deixa aliciar pela maioria dos valores assentes. É um ser de constituição volátil que se orienta segundo a sua própria natureza. Lembro-me de ouvi-lo dizer, certa vez, que ele mesmo era o seu maior e mais rico personagem. Ele se constrói, desconstrói-se e se reconstrói, segundo as circunstâncias e as suas próprias necessidades existenciais. E não se empenha na criação de tipos simpáticos, agradáveis ou amoldáveis ao gosto popular.
Que mal há nisso? Quem não se imagina personagem de seus próprios desvarios, delírios e sonhos, que atire a primeira pedra.  Já testemunhei muitas “reencarnações” em vida, de gente que precisava superar suas limitações, erigir-se novo ser para conquistar a sua auto-estima e o respeito alheio. Já observei muitos “travestismos” insustentáveis, no entanto, mantidos em nome das conveniências: clowns aberrantes e outros nem tanto, mas grotescos e impróprios quais bailarinas desgraciosas, altas e gordas, metidas num saiote justo que não resiste a um “pas de deux” ou a um singelo minueto.
Por que não a construção de um personagem verossímil, plausível? Uma persona que expresse com fidedignidade o ego do inconformado? Uma bela máscara do carnaval veneziano ou, se a tal intensidade chegar a patologia do carente, o uso das máscaras rituais do teatro Kabuki japonês.
Não me surpreendo, nem questiono essas transfigurações, porque já recorri a elas, como todo ser mutante ou alguma vez desfigurado, para a minha própria completude. Não serei a mão que apedreja ou acusa. Que cada qual alimente a sua ilusão se isso o faz feliz.
Franklin Jorge tem inteligência muito acima da média provincial. É culto, segundo critérios de mensuração obtidos a partir da média dos muito bem informados. É um argumentador e polemista brilhante. Escreve de modo fluente, dialético, enxuto e limpo. Lê obsessivamente, mais do que escreve, donde silogisticamente se conclui que os seus textos têm alicerce e prumo. É festejado, tido e havido como um singular operador intelectual, além dos estreitos limites do nosso estado.
Quem sou eu, quem somos nós, portanto, para levá-lo à fogueira Inquisitorial? Até mesmo porque ele instituiu o seu próprio “Santo Ofício” – o nome do seu site.
Se essas singularidades o tornam “marginal” (aliás, uma categoria que o agrada, se pautada num contexto intelectual) ou “gauche”, ele, com certeza, encarnará uma das duas proscrições como substanciação do seu desafio.
Como observei no perfil de Manoel Onofre de Souza Júnior (“Um provável Manoel Onofre Júnior”) não se pode julgar seres diferenciados por parâmetros ordinários, comuns, aplicáveis à maioria das pessoas, sobretudo àquelas anônimas que engrossam os rebanhos e servem de antepasto à alcatéia?
Tal como meu pai e o amigo Manoel Onofre, a conduta excepcional reclama novos paradigmas, uma visão descontextualizada do óbvio e do senso comum. Se há um óbice de analistas credenciados para avaliá-los, paciência. Mas que não ponham numa vala comum, heróis e poltrões, gênios e medíocres, revolucionários e conservadores. Há que se particularizar. Há que se separar o joio do trigo, alhos de bugalhos. Lineares de complexos.
E é bobagem concluir-se, como o bovino ou o ruminante o fariam - se pensassem - que melhor é não julgar.
Ninguém se escusa ou é impermeável à formulação de juízos de valor. Quem assim se confessar, é hipócrita. Variável é a metodologia desses juízos: eles são manifestos ou endógenos. Mas ninguém escapa a esse processo, à tentação de alçar-se a Deus, enquanto dure. Creio que essa manifestação é o ponto alto da nossa maturidade intelectual e valioso instrumento de defesa da nossa sobrevivência existencial.
Convivi pouco tempo com Franklin.
Na década de oitenta, fundei e mantive uma editora alternativa, a “Nossa Editora”, que procurou viabilizar a edição de obras de reconhecido valor literário, mas sem apelo comercial e, portanto, sem condições de ser publicada. Criamos um sistema de financiamento em que o autor contribuía com a menor parte, a editora assumia outra parcela do risco e buscaria um patrocinador relacionado com o título publicado. Por exemplo: “A Face oculta de Severo”, revelações inéditas sobre o aeronauta, descritas por seu neto, Augusto Severo, foi parcialmente patrocinada por Paulo de Vasconcelos de Paula, ex-piloto e amante da aviação, à época diretor de Galvão Mesquita.
Pois bem. Certo dia, em meados dos anos oitenta, recebi a visita de Honório de Medeiros, que havia publicado a sua excelente “Investigação parcial acerca da solidão”, na nossa coleção Pretexto. Trazia consigo uma criatura que me parecia familiar. Vestia-se com esmero mas de modo casual, displicente, barba curta e bem tratada, cabelos anelados muito escuros, olhos muito vivos por  trás de óculos de grossas lentes, um sorriso indeciso entre a arrogância e a simpatia.
“Esse é Franklin Jorge, de quem certamente você já ouviu falar”. Claro que tinha. Franklin mantinha, já à época, uma coluna no jornal Tribuna do Norte, onde polemizava com os intelectuais da província. Era muito jovem, avaliei naquela oportunidade, para tanta repercussão.
Posso dizer que o “adotei” por empatia. Sempre fui (e permaneço) um intuitivo. Gosto ou não gosto à primeira vista. E se não gostar não haverá uma segunda oportunidade para chegar ao meu bem querer.
Gostei do que “vi” naquele rapaz que julguei controvertido no meu julgamento “fisionomônico”: anjo e demônio habitando o mesmo espaço, em absoluta harmonia. Lembrei-me da reflexão de Saramago, segundo a qual virtudes e pecados teriam a mesma face e a mesma hierarquia. Cada um ocuparia o seu espaço na ausência do outro
Franklin, então, intuí, seria a fúria e a pacificação, segundo as circunstâncias. E já o vi assumindo ambas as faces.
Comigo sempre foi muito correto, excedendo-se nas atenções e favores. Levou-me um livro de Stella Leonardos, para que o editássemos e assim ingressássemos no circuito editorial nacional e ajudou-me na divulgação do meu modesto “O Homem que Assassinava Árvores”, colhendo depoimentos de Ascendino Leite, Nilo Pereira e Jorge Medauar, entre outros.
Integrou o nosso Conselho Editorial, mantendo-se fiel à avaliação isenta de cada livro, segundo o seu valor literário e não a sua simpatia ou antipatia pessoal. Publicou conosco o seu “Jornal de Bolso”, aceitando, a contragosto, a sofrível qualidade gráfica do livro, fruto da pobreza de recursos técnicos da editora.
Tornamo-nos amigos.
Dessa convivência não tenho porque oferecer qualquer reparo à sua conduta, ao contrário, sou grato pela correção, carinho e apoio que sempre recebi dele.
Gosto de gente afirmativa. Vomito, qual o Evangelho, os mornos. Em “Armando Holanda, o recurso extraordinário” afirmei que “Recebo com desconfiança a amizade dos seres gravados apenas pelas virtuosidades, sem defeitos, sem o condimento picante de algumas imperfeições que não os desconstroem, mas os singularizam e dão-lhes a feição humana perceptível, evidente, visível. Ao invés, os muito virtuosos se assemelham à lua ou aos icebergs – mantêm invisível uma das faces, ou a parte mais ofensiva de sua estrutura. Exatamente porque são ilegíveis por nós, míseros mortais, “indecodificáveis”, porque não há um paradigma humano.
Mantenho o que disse. E estendo a Franklin o que disse sobre Armando.
Franklin é desgraçadamente humano, nas imperfeições e nas virtudes, e até nisso ele se supera, porque ninguém é mais imperfeito e tampouco o excede na virtuosidade. Ele tem o estigma de uma rebeldia com causa que o acompanhará até a morte, malgrado a repressão dos censores e dos oficiais da inquisição.
Ele é Baudelaire e Rimbaud, Wilde/Dorian Gray, Lúcifer e Gabriel, Buda e Padre Cícero, Gide e Campos de Carvalho, Agripino Grieco e Alceu de Amoroso Lima. Herói e bandido. Humano, miseravelmente humano. Talvez essa condição o constranja, porque o vulnerabiliza. Eis porque, vez por outra enquista-se no poder de afirmar-se através das palavras., como mecanismo de defesa prévia ou de resposta contraditória.
Porque conhece, como Carlos Heitor Cony, a arte de falar mal. É elegante, culto, hábil caricaturista e preciso até mesmo quando reduz seus desafetos à menor porção intelectual.
Pinço, ao acaso, um dos seus esboços caricatos em “Um dia em Nascença”, da série “O céu de Ceará-Mirim”, referindo-se a um desafeto: “Prejudica-o um certo boato malvado, segundo o qual, sob o condomínio de suas sebentas axilas, mora uma sociedade de alegres gambás.”
No contexto da mesma crônica, chega ao enlevo e à virtuosidade, à elegância e ao refinamento, numa “boutade” poética: “Marize desce lentamente a encosta em direção ao lago de Nascença, a que se deve certamente o nome deste lugar paradisíaco. Procura um outono, uma margem, uma nave, um ombro. O homem que ela tocar deixará de ser homem. Será flor, trilho, estrada, anjo”. Imagino que trate da notável poeta Marise de Castro, a quem louvo pela notável tessitura poética.
            Por essa e outras manifestações literárias aparentemente controvertidas, tenho-o como um performático da palavra escrita, um saltimbanco que conduzisse solilóquios com maestria, que se servisse das palavras com arte e sentimento mas com certo prazer lúdico.  
Algumas vezes ele agride aparentemente sem causa. É a unhada desmotivada do gato, só para lembrar que tem garras, não é indefeso.
Lembro-me de algumas “unhadas” e igual número de revisões de conceitos que fez.
Aludindo à qualidade literária um festejado prosador potiguar: “Ele é muito esperto com as palavras”.
No entanto, revendo uma posição visceralmente ofensiva em relação à poética de outro conterrâneo: “A poesia dele tem um timbre hispânico, lembra-me a de Machado”.
A respeito de um pretensioso e laureado “escritor de plaquetes” (sua classificação já o penaliza): “Há nele um vazio tão grande que autoriza qualquer pessoa ocupar o seu lugar, sem por em risco o princípio da lei física. Ele é inexistente intelectualmente”
Depondo sobre outro pretensioso, igualmente superficial: “É um mero leitor de orelhas de livros.”
E vai por aí, distribuindo farpas e beijos.
Passional? Um cigano andaluz, um Otelo atormentado pelo ciúme de Desdêmona, ou o conjunto das Fúrias se fossem xifópagas: Tisífone (Castigo), Megera (Rancor) e Alecto  (Interminável).
Arrogante? A postura do toureiro, empunhando apenas as banderillas, diante do touro mais medonho.
Ousado? Um Davi que não avalia a massa física dos Golias e aceita o bom combate.
Vaidoso? Superlativamente!
Mas, nesse mundo literário de louvaminhas e exibições ególatras, quem não o é?
Estou certo de que a maior contribuição de Franklin Jorge à cultura norte-rio-grandense, à parte a sua própria produção literária, foi a inusitada prática sistemática do dissenso. A cultura da oposição – um emergente niilismo. A réplica constante e sistemática rompe a blindagem do conformismo imobilista. Ao menos, a dúvida, como no dizer de Ferreira Gular: “nada vos sovino, com a minha incerteza vos ilumino”.
Quem se insurge contra o establishment, abre as fronteiras da vanguarda, ou, no mínimo, estabelece o pré-questionamento das ideologias assentes. O pensamento moderno se potencializa na liça dialética, nunca no campo do consensualismo. A democracia é fruto do dissenso, ao revés, as doutrinas autoritárias se desenvolvem à sombra do consenso, espontâneo, induzido pela massificação propagandística, ou compulsório, através da ditadura da láurea unanimista. 
De mais a mais, o pensamento estandardizado, convergente, unânime, cristaliza-se. Envelhece. Esclerosa-se. Não há meio termo. O passadismo é referência muito importante para a formação de uma ideologia cultural, mas não é o seu vetor, nem diretriz única. Há de se auscultar as tendências, experimentar, antever o futuro para se instaurar o novo, quando menos para sopesar a resistência da ideologia cultural sedimentada.
Por isso fica evidenciada, à simples leitura desse texto, a relevância de Franklin Jorge para a cultura contemporânea do Rio Grande do Norte. Senão, observe-se que a proposta inicial dessa escritura era apenas e tão somente apresentar um esboço (porque tudo que se lhe apresente como definitivo é superado em razão da sua contínua mutação) do nosso perfilado e aceitar a provocação dos seus desafetos, apresentando-o como ele é, de modo isento, singular, sem o alvo do preconceito.
De repente, fui compelido a sair do pessoal para o contextual com o qual ele se confunde. Meu amigo é uma individualidade que se institucionalizou, porque reúne em si mesmo um conjunto de idéias que se Franklinizaram, constituindo uma escola, ou uma tendência.
E não me digam que há exagero ou destemperança nas observações. Ou parcialidade. Ou superestimação. Vali-me da “lógica do razoável”, firmado em “leituras” públicas sobre o perfilado, em fatos e fundamentos, para firmar conclusões. É possível que, de repente, haja-me deparado com algumas “verdades” particulares, mas não foi esse o meu norte.
Ademais, fio-me na sabedoria oriental, que costuma dizer que não se atiram pedras em árvores que não dão frutos.



Pedro Simões Neto 
Professor de Direito aposentado. 
Escritor. 
Advogado.



DR. PEDRO SIMÕES DIZ...


"Obrigado, Ceicinha, pela inserção da matéria.
Valeu a pena pois reputo Franklin Jorge como dos mais importantes intelectuais do RN e, bairrismos à parte, é cearamirinense.
Sou leitor do seu blog e muito me orgulho do trabalho que você vem fazendo em favor da cultura dos dois países irmãos, especialmente, pelo nosso Rio Grande do Norte e mui especialmente, por Ceará-Mirim."
Beijocas
Um bom domingo
Pedro