Teatro vai para a rua
A 33ª edição do FITEI
é dominada pelos espectáculos de animação de rua
É a grande novidade da 33ª edição do FITEI – Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica, que decorre no Porto a partir de hoje e até dia 10 de Junho: este ano, o teatro vai sair para as ruas e contagiar a cidade com animação para todos. É a resposta da organização à crise que teima em assombrar o País.
Se no ano passado o FITEI recebeu 26.190 espectadores, este ano Mário Moutinho – o director artístico da festa – diz que é possível atingir o mesmo número. Ou mesmo superá-lo.
“Estas coisas são sempre imprevisíveis, mas não há dúvida que as acções de rua atraem sempre muita gente – e é nessa expectativa que estamos”, conta ao Caderno de Emprego. “Até porque se a falta de dinheiro pode afastar as pessoas das salas de espectáculo, as produções de rua são, por definição, abertas, e correspondem a uma preocupação que sempre foi nossa: todos devem ter acesso ao teatro”.
Com um orçamento de 350 mil euros, o FITEI tem, de resto, uma política de bilheteira que garante a acessibilidade do festival. “Há vários anos que não aumentamos os preços dos bilhetes, há descontos substanciais e temos assinaturas que tornam o preço das entradas simbólicas. Não é caro ir ao FITEI”, garante Mário Moutinho.
Numa programação diversificada – que vai do teatro convencional até às vanguardas, sem esquecer os espectáculos de dança – o director artístico da festa arrisca a fazer apostas na qualidade superior de alguns projectos.
“Há dois espectáculos que vêm de Espanha e que me despertam grande curiosidade”, partilha. “Um deles é o da coreógrafa Marta Carrasco, que nos traz uma coreografia inspirada pelo ‘Requiem’ de Mozart e que, como se imagina, é uma reflexão sobre a morte. O outro é uma recriação de ‘O Cerejal’ de Tchekov pela companhia Rayuela e que será apresentada não num palco tradicional mas no Palacete Pinto Leite, envolvendo todo aquele espaço.”
No capítulo da programação nacional, Mário Moutinho assinala o regresso da Comuna ao FITEI (com o espectáculo ‘Querida Professora Helena Serguéiévna’) e a estreia de ‘Fim de Partida’, de Samuel Beckett, pelo encenador Júlio Castronuovo.
Por:Ana Maria Ribeiro
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