MÃE
Carlos Morais dos Santos (*)
No teu lindo olhar azul,
Sereno como um lago,
Na beleza do teu rosto,
Na formosura do teu corpo,
Na sabedoria do teu pensar,
No humor espontâneo do teu espírito,
Na tenacidade da tua vontade,
Na suavidade do teu amar,
Eu me revejo, me repouso, a contemplar-te !
Na longínqua lembrança do teu ventre,
Na líquida quentura desse berço imaginado,
Nos cuidados maternais em meus momentos de perigos,
Nos primeiros e renovados passos em que me ajudaste,
Na minha infantil vaidade de gostar de te acompanhar,
Na recordação da magia daquelas noites de Natal,
Nos sabores inesquecíveis que só tu me ofereceste,
Nas lições silenciosas que todos os dias sabias dar,
Eu me realimento, rejuvenesço e revigoro !
E o que vejo, sempre, Mãe ?
É uma linda mulher, sóbria, segura e sábia,
Sorrindo com o mesmo sorriso,
Na mesma face de sempre,
Igual até aos teus 95 anos,
Com que te recolheste, serenamente,
Como sereno foi sempre,
O teu lindo olhar azul!
(*) Cânsul Poetas Del Mundo de Lisboa - Portugal
AQUI TRANSCREVO UMA MENSAGEM
QUE O DR. CARLOS
ENVIOU-ME
Cara Amiga Ceicinha Câmara,
Desculpe só agora responder a seu email-carta. Devo confessar que me surpreendeu a espontaneidade com que se abriu comigo falando de sua vida, seus projectos, seus sonhos, enfim, de seu amor à escrita, em particular à poesia.
Vejo que é uma pessoa muito sensível e com uma grande inclinação para as letras, para a poesia, como forma de manifestar o seu potencial emotivo e de extroverter os seus encantamentos pela vida, pelas pessoas, pelas diferentes formas de beleza que encontra na natureza, nos sentimentos humanos, demonstrando a sensibilidade de um espírito aberto e de uma alma grande, generosa, qual beija-flor de asas abertas rasgando os ventos em procura das desejadas suas flores para lhes extrair docemente os néctares com que se alimenta, mas mostrando sua beleza multicolor (nos versos e palavras que escreve e que dedica a outros) como dádiva de amor e solidariedade.
Bem se vê que carrega a bela herança de filha de Ceará Mirim, terra de poetas e de nostalgias do verde dos canaviais, dos horizontes bucólicos que inspiram lirismos românticos e recordam as doces lembranças das meninices encantadas com a natureza. Conheço bem Ceará Mirim, terra da minha querida amiga, a grande Poetisa das Flores (nome que eu lhe atribuí muito justamente), Lúcia Helena Pereira, minha confreira no Instituto Histórico Geográfico do RN/Natal, de que ambos somos membros efectivos e onde temos muitos amigos comuns. Como julgo que sabe, eu tenho casa em Natal, onde passo alguns meses por ano.
Gostei de sua carta e aprecio seu trabalho no seu blogue, tanto que, como já deve ter constatado, eu passei a incluir seu blogue na minha lista dos blogues a acompanhar, que apresento no meu "Culturas e Afetos Lusófonos", que sei que visita.
Pode ser que um qualquer dia eu vá ao Algarve (resido em Lisboa mas há muito que não vou ao Algarve) e se passar pela região onde reside, claro que avisaria para a conhecer pessoalmente e lhe fazer uma visita.
Continue escrevendo poesia, escreva sempre e muito e, sobretudo, leia bastante bons livros (de poesia e romances) de bons autores, porque a nossa maior escola para escrever bem, está nas muitas e boas leituras que fizermos. Vá em frente e publique seu primeiro livro de poemas, vai ver que é uma grande alegria, é como quem dá à luz um filho! Não tão importante quanto um filho de verdade mas é uma sensação muito boa. Depois do primeiro fica-se logo com vontade de continuar a escrever, mesmo quando verificamos que já não gostamos de tudo quanto publicámos, ficamos com vontade de escrever melhor daí para a frente.
Tornamo-nos cada vez mais exigentes com o que escrevemos e vamos apurando o sentido e a arte de procurar o verso mais belo, a metáfora mais colorida, o poema mais emocionante. Os melhores poetas são aqueles que nunca estão inteiramente satisfeitos com o que escrevem e estão sempre à procura de uma inspiração superior que os conduza para dizerem em seus versos o que seja quase indizível antes, mas sabem que só o meditar interiormente, descendo ao fundo da própria alma, e o muito ler e escrever, é que é a base do seu alimento como poetas.
Mesmo nenhum grande poeta tem a sensação de sempre escrever grandes e primorosos poemas, ao contrário, estão sempre insatisfeitos. Porém podemos afirmar que um belo verso salva o poema e um belo poema pode salvar todo um livro. Sejamos muito auto-críticos, procuremos as metáforas mais belas, mais coloridas de imagens poéticas, mais raras, que pudermos, para escrevermos pelo menos um belo verso em cada poema. Quando o conseguimos já teremos cumprido o ofício e missão de poetas e já terá valido a pena, o "sofrimento/prazer" de escrever poesia.
Cara Ceicinha, encorajo-a a continuar a desenvolver e a explorar o seu trabalho de escrita de poesia. Não tenha receio publique o seu livro. Ofereça sua sensibilidade e suas emoções como o tem estado a fazer no seu blogue.
Um abraço amigo do
Carlos Morais dos Santos
Cônsul (Lisboa) do M.I. Poetas Del Mundo
Membro da Academia Portuguesa de Letras, Artes e Ciências
Membro da Sociedade Portuguesa de Geografia, Lisboa
Membro do Instituto Histório Geográfico do RN-Natall
Desculpe só agora responder a seu email-carta. Devo confessar que me surpreendeu a espontaneidade com que se abriu comigo falando de sua vida, seus projectos, seus sonhos, enfim, de seu amor à escrita, em particular à poesia.
Vejo que é uma pessoa muito sensível e com uma grande inclinação para as letras, para a poesia, como forma de manifestar o seu potencial emotivo e de extroverter os seus encantamentos pela vida, pelas pessoas, pelas diferentes formas de beleza que encontra na natureza, nos sentimentos humanos, demonstrando a sensibilidade de um espírito aberto e de uma alma grande, generosa, qual beija-flor de asas abertas rasgando os ventos em procura das desejadas suas flores para lhes extrair docemente os néctares com que se alimenta, mas mostrando sua beleza multicolor (nos versos e palavras que escreve e que dedica a outros) como dádiva de amor e solidariedade.
Bem se vê que carrega a bela herança de filha de Ceará Mirim, terra de poetas e de nostalgias do verde dos canaviais, dos horizontes bucólicos que inspiram lirismos românticos e recordam as doces lembranças das meninices encantadas com a natureza. Conheço bem Ceará Mirim, terra da minha querida amiga, a grande Poetisa das Flores (nome que eu lhe atribuí muito justamente), Lúcia Helena Pereira, minha confreira no Instituto Histórico Geográfico do RN/Natal, de que ambos somos membros efectivos e onde temos muitos amigos comuns. Como julgo que sabe, eu tenho casa em Natal, onde passo alguns meses por ano.
Gostei de sua carta e aprecio seu trabalho no seu blogue, tanto que, como já deve ter constatado, eu passei a incluir seu blogue na minha lista dos blogues a acompanhar, que apresento no meu "Culturas e Afetos Lusófonos", que sei que visita.
Pode ser que um qualquer dia eu vá ao Algarve (resido em Lisboa mas há muito que não vou ao Algarve) e se passar pela região onde reside, claro que avisaria para a conhecer pessoalmente e lhe fazer uma visita.
Continue escrevendo poesia, escreva sempre e muito e, sobretudo, leia bastante bons livros (de poesia e romances) de bons autores, porque a nossa maior escola para escrever bem, está nas muitas e boas leituras que fizermos. Vá em frente e publique seu primeiro livro de poemas, vai ver que é uma grande alegria, é como quem dá à luz um filho! Não tão importante quanto um filho de verdade mas é uma sensação muito boa. Depois do primeiro fica-se logo com vontade de continuar a escrever, mesmo quando verificamos que já não gostamos de tudo quanto publicámos, ficamos com vontade de escrever melhor daí para a frente.
Tornamo-nos cada vez mais exigentes com o que escrevemos e vamos apurando o sentido e a arte de procurar o verso mais belo, a metáfora mais colorida, o poema mais emocionante. Os melhores poetas são aqueles que nunca estão inteiramente satisfeitos com o que escrevem e estão sempre à procura de uma inspiração superior que os conduza para dizerem em seus versos o que seja quase indizível antes, mas sabem que só o meditar interiormente, descendo ao fundo da própria alma, e o muito ler e escrever, é que é a base do seu alimento como poetas.
Mesmo nenhum grande poeta tem a sensação de sempre escrever grandes e primorosos poemas, ao contrário, estão sempre insatisfeitos. Porém podemos afirmar que um belo verso salva o poema e um belo poema pode salvar todo um livro. Sejamos muito auto-críticos, procuremos as metáforas mais belas, mais coloridas de imagens poéticas, mais raras, que pudermos, para escrevermos pelo menos um belo verso em cada poema. Quando o conseguimos já teremos cumprido o ofício e missão de poetas e já terá valido a pena, o "sofrimento/prazer" de escrever poesia.
Cara Ceicinha, encorajo-a a continuar a desenvolver e a explorar o seu trabalho de escrita de poesia. Não tenha receio publique o seu livro. Ofereça sua sensibilidade e suas emoções como o tem estado a fazer no seu blogue.
Um abraço amigo do
Carlos Morais dos Santos
Cônsul (Lisboa) do M.I. Poetas Del Mundo
Membro da Academia Portuguesa de Letras, Artes e Ciências
Membro da Sociedade Portuguesa de Geografia, Lisboa
Membro do Instituto Histório Geográfico do RN-Natall
MINHA RESPOSTA...
Caro amigo, Dr. Carlos Morais,
Peço-lhe desculpas, pois precisei de tempo para responder-lhe!
Confesso que ao começar a ler sua carta-mail, nas primeiras linhas,
senti-me literalmente envolvida num turbilhão de emoções.
Li e reli, com muita atenção e agora sinto-me apta para escrever,
pois a minha mão parece feliz ao plasmar estas palavras de
agradecimentos.
Mais uma vez, honrra-me receber tão dernas palavras de carinho,
que transporta-me ao brio, como se eu estivesse num estágio
de letargia, despertando-me e resfolegando-me de uma especial
candura.
Apesar de ser segura nas minhas decisões, tenho o meu lado
sensível! À partir dos 30, comecei a medir os valores e a definir as
minhas prioridades. Consegui desprender-me mais de algumas
coisas e ter uma perspectiva da realidade. Não sei se posso dizer
que ganhei uma maior maturidade, pois isso não é uma coisa que
se conquiste assim, sem mais nem menos. Eu tento ser forte à
minha maneira!
Na minha vida, sempre tento preparar-me para alguns tipos de
situações, seja mais ou outras menos. Sempre tento manter fiel ao
que conheço de mim mesma e aos meus objetivos de vida.
Com isso, consigo ultrapassar tudo mais facilmente.
Neste momento, Vila do Bispo é o meu cantinho. Representa a
minha estabilidade. Estou a amar este país porque num dos
momentos mais difíceis da minha vida pegou-me ao colo.
Emociono-me por isto! Cá estou aprendendo a tornar-me numa
pessoa melhor e numa grande profissional, pois tive uma grande
professora: a minha saudosa mãe.
Garanto que herdei da minha mãe a capacidade de trabalho e a
coragem. Tudo que estou a conquistar, foi com muito empenho,
dedicação e persistência. Estou adquirindo um grande conhecimento.
Isto é muita sorte!
O tempo nos transforma e talvez algum dia, vou poder harmonizar
minha compreensão, acertando as diferenças.
A solidão é a minha melhor amiga. É nela que costumo
aprofundar-me na compreensão de mim mesma... É através dela
que restabeleço o equilíbrio do meu espírito para que eu possa agir
sempre com serenidade. Obedecendo minha consciência, estarei
agindo sempre bem.
Orgulha-me tê-lo como amigo! Ônus que considero "não ser para
qualquer pessoa". Parece-me onírico! Uma amizade que está fluindo
como água, num manancial que brota da terra e vai seguindo o
horizonte e espero que torne-se como a imensidãodo mar.
Agradeço as palavras de estímulo e convido-lhe para seguires as
águas dos rios e juntos, ampliarmos esta nossa amizade, para que
torne-se no tamanho do OCEANO.
Meu cordial abraço, de uma potiguar luso-brasileira, que ver seus
dias passarem em terras do Infante D. Henrique e gosta de contá-los,
Ceicinha Câmara
(Autodidata da vida)
Peço-lhe desculpas, pois precisei de tempo para responder-lhe!
Confesso que ao começar a ler sua carta-mail, nas primeiras linhas,
senti-me literalmente envolvida num turbilhão de emoções.
Li e reli, com muita atenção e agora sinto-me apta para escrever,
pois a minha mão parece feliz ao plasmar estas palavras de
agradecimentos.
Mais uma vez, honrra-me receber tão dernas palavras de carinho,
que transporta-me ao brio, como se eu estivesse num estágio
de letargia, despertando-me e resfolegando-me de uma especial
candura.
Apesar de ser segura nas minhas decisões, tenho o meu lado
sensível! À partir dos 30, comecei a medir os valores e a definir as
minhas prioridades. Consegui desprender-me mais de algumas
coisas e ter uma perspectiva da realidade. Não sei se posso dizer
que ganhei uma maior maturidade, pois isso não é uma coisa que
se conquiste assim, sem mais nem menos. Eu tento ser forte à
minha maneira!
Na minha vida, sempre tento preparar-me para alguns tipos de
situações, seja mais ou outras menos. Sempre tento manter fiel ao
que conheço de mim mesma e aos meus objetivos de vida.
Com isso, consigo ultrapassar tudo mais facilmente.
Neste momento, Vila do Bispo é o meu cantinho. Representa a
minha estabilidade. Estou a amar este país porque num dos
momentos mais difíceis da minha vida pegou-me ao colo.
Emociono-me por isto! Cá estou aprendendo a tornar-me numa
pessoa melhor e numa grande profissional, pois tive uma grande
professora: a minha saudosa mãe.
Garanto que herdei da minha mãe a capacidade de trabalho e a
coragem. Tudo que estou a conquistar, foi com muito empenho,
dedicação e persistência. Estou adquirindo um grande conhecimento.
Isto é muita sorte!
O tempo nos transforma e talvez algum dia, vou poder harmonizar
minha compreensão, acertando as diferenças.
A solidão é a minha melhor amiga. É nela que costumo
aprofundar-me na compreensão de mim mesma... É através dela
que restabeleço o equilíbrio do meu espírito para que eu possa agir
sempre com serenidade. Obedecendo minha consciência, estarei
agindo sempre bem.
Orgulha-me tê-lo como amigo! Ônus que considero "não ser para
qualquer pessoa". Parece-me onírico! Uma amizade que está fluindo
como água, num manancial que brota da terra e vai seguindo o
horizonte e espero que torne-se como a imensidãodo mar.
Agradeço as palavras de estímulo e convido-lhe para seguires as
águas dos rios e juntos, ampliarmos esta nossa amizade, para que
torne-se no tamanho do OCEANO.
Meu cordial abraço, de uma potiguar luso-brasileira, que ver seus
dias passarem em terras do Infante D. Henrique e gosta de contá-los,
Ceicinha Câmara
(Autodidata da vida)
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