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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO SOBRE NILO PEREIRA, POR HELICARLA MORAIS, CEARÁ-MIRIM/RN-BRASIL.

HELICARLA MORAIS, ALÉM DOS RIOS CORRENDO DENTRO DE UM HOMEM (NILO PEREIRA), APRESENTOU SUA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO SOBRE NILO PEREIRA E CEARÁ-MIRIM.





NILO PEREIRAHELICARLA MORAIS

Viagem e escrita:

Do Ceará Mirim ao Recife 
e do Recife ao Ceará Mirim

Helicarla Nyely Batista de Morais
Dissertação apresentada como requisito parcial 
para obtenção do grau de Mestre no Curso de 
Pós-Graduação em História, Área de Concentração 
em História e Espaços, Linha de Pesquisa I: 
Natureza, Relações Econômico-Sociais e 
Produção dos Espaços, 
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 
sob a orientação do Prof. Dr. Raimundo Arrais.


Natal/RN
Agosto de 2010



Graduação em História, Área de Concentração 

em História e Espaços, Linha de Pesquisa I: 
Natureza, Relações Econômico-Sociais e 
Produção dos Espaços, 
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 
sob a orientação do Prof. Dr. Raimundo Arrais.

Natal/RN

Agosto de 2010

Agradecimentos

Agradeço com todo o coração àqueles que 

não permitiram que eu estivesse sozinha 
nos momentos de incerteza e desânimo. 
Agradeço a todos que compreenderam que 
mais do que silêncio e solidão, 
o trabalho intelectual também pede afeto e cuidado. 
Necessita, muitas vezes, de amparo. 
Não encontramos apenas nos livros 
e marcas pelo texto 
os fios que se rompem e fazem errar o caminho. 
O norte perdido muitas vezes está na ternura 
do gesto de se estender a mão 
e reconduzir ao caminho, ao texto.
Obrigada aos amigos que sempre me disseram 
que nada estava perdido e que no tempo certo 
as tarefas seriam cumpridas, 
a vida tornaria a seu curso. 
Obrigada, Sylvana, por todo o carinho e incentivo 
que você e sua família me deram. 
As nossas conversas sobre a vida, sobre a história, 
também estão aqui nesse trabalho, 
esse que eu pude fazer. 
Agradeço também a minha querida Cris, 
que sempre esteve por perto, 
mesmo quando foi difícil me encontrar. 
Obrigada, as duas, por me fazerem acreditar 
sempre que posso ser uma historiadora 
(algum dia serei...). 
Agradeço a Neto, Alenuska, Renato e Márcia 
pelo gesto de incentivo sempre. 
Adriana e Arthur, sou muito feliz 
pela nossa convivência tão próxima no último ano. 
Daniel, meu querido colega de turma, 
muito obrigada pelo carinho 
e respeito com que sempre me tratou. 
Sou-lhe muito grata pela amizade 

que me dedicou nesses dois anos.

Ao meu Pai e minha Mãe, muito obrigada. 

Os últimos meses foram de muita tensão 
e recolhimento. 
Nunca estive por tanto tempo em casa 
como estive durante esse período. 
E nunca estive tão ausente também. 
Foi muito importante saber que 
alguns vínculos não se rompem. 
Agradeço aos meus três irmãos, 
três irmãos mais novos do que eu, 
mais fortes do que eu. 

Obrigada por tentarem me proteger.

Agradeço aos professores 

com os quais convivo desde a graduação 
e que vêm me ajudando a dialogar com a História. 
Durval, Almir, Nonato, Helder, Wicliffe, 
Aurinete, meus professores, muito obrigada. 
Chamo-lhes, assim, pelo primeiro nome 
porque estabelecemos, nesses seis anos 
de convivência e aprendizado, 
uma relação de respeito e afeto. 
E de minha parte, como é justo e devido, 
de profunda admiração. 
Agradeço também a colaboração dos professores 
que fizeram parte de minha banca de qualificação, 
Humberto Hermenegildo, Muirakytan Macedo 
e Raimundo Nonato Rocha, 
naquela ocasião na condição de meu orientador. 
Aquele momento foi muito importante 

para a finalização do trabalho.

Agradeço também aos funcionários do Instituto 
Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, 
do Arquivo Público do Estado 
e da Cúria da Diocese de Natal, 
onde pude consultar os jornais 
que ajudaram a construir o trabalho. 
Agradeço também à Virgínia Barbosa 
e a Luiz Marcondes, 
funcionários da Fundação Joaquim Nabuco, 
no Estado de Pernambuco, 
que me conduziram na pesquisa que realizei 
nos arquivos daquela instituição. 
As manhãs em que estive no Arquivo Público 
Estadual de Pernambuco também 
renderam bons frutos. 
Devo ainda um agradecimento à Fundação 
Gilberto Freyre, de onde me foram enviados 
arquivos de extrema valia 
para a conclusão da dissertação. 
Agradeço à Fundação Nilo Pereira, de Ceará-Mirim, 
especialmente, ao funcionário Edvaldo, 
pai do meu amigo Adriano 
e também um amigo querido. 
Lá pude consultar o álbum de fotografias 
que Sebastião Lucena produziu, 
a pedido de Nilo Pereira, 
da casa grande do engenho Guaporé, 
que guardava ainda outra preciosidade, 
um texto de Gilberto Freyre sobre aquela casa.

Agradeço à família Pereira que conheci no Recife: 

o Sr. Geraldo Pereira, Zaina e Carol, 
que me receberam com tanto carinho 
e me conduziram em minhas andanças pelos 
arquivos e pela cidade. 
Ao Sr. Geraldo, especialmente, 
por não ter medido esforços para me auxiliar 
na busca por documentos. 
Eles não foram apenas colaboradores. 
Voltei do Recife com a certeza de ter estabelecido 
por lá não apenas laços profissionais, 
mas também laços de afeto. 
Agradeço também ao Sr. Roberto Pereira 
que foi sempre tão distinto 
e atencioso às minhas indagações. 
Lembro também os membros do Conselho 
Estadual de Cultura e da Academia 
Pernambucana de Letras 
que me ouviram com respeitosa atenção 
e me ajudaram também a reconstituir traços 
importantes da trajetória de Nilo Pereira. 
Agradeço também à Lúcia Helena Pereira, que, 
sempre muito carinhosa e solícita, 
me ajudou a esclarecer dúvidas e a garimpar 
documentos.

Agradeço às instituições de fomento à pesquisa 

de Ensino Superior, CAPES e CNPq, 
pelo apoio financeiro tanto na graduação, 
quando fui aluna de Iniciação Científica, 
como no Mestrado, 
quando estive na condição de bolsista. 
Agradeço também o apoio técnico do Grupo 
de Pesquisas “Os Espaços na Modernidade”, 
coordenado pelos professores Raimundo Arrais 
e Raimundo Nonato. 
Agradeço também à Flávia, minha colega de 
Grupo, por me ajudar com as últimas 
arrumações do trabalho. Sobre o meu orientador, 
o Professor Raimundo Arrais, 

tenho certeza de que ele compreende 
a justa medida de sua presença nesse trabalho 
e na minha trajetória no Curso de História da UFRN. 
Agradeço imensamente pela parte significativa 
de sua biblioteca que foi transportada 
para a minha casa. 
Para mim, são uma preciosidade. 
Sempre cuidei muito bem de seus livros 
por acreditar que guardava comigo sua maior 
riqueza. 
Agradeço pelas marcas firmes e direcionadoras 
no texto, pelas aulas, pelas conversas que durante 
os últimos cinco anos caracterizaram sua 
orientação esclarecedora, dedicada e competente. 
Sem o professor Raimundo 
esse trabalho não seria possível, 
pois ele me ajudou a compreender 

como viagens podem significar na escrita e na vida.

Quanto à dissertação, 

preciso dizer àqueles a quem agradeço 
que não é o que eu gostaria nem o que deveria ser. 
Não unicamente pela versão no papel, 
que não se explica em si mesma, como todo texto 
escrito, mas pelas circunstâncias 
em que foi concluída.



Resumo
O trabalho proposto analisa o processo de 

construção da escrita memorialística 
do intelectual Nilo Pereira, 
nascido no início do século XX, 
na cidade de Ceará-Mirim. 
A elaboração da escrita do cearamirinense 
é marcada por dimensões afetivas e históricas, 
fruto da relação do autor com os grupos sociais 
nos quais esteve inserido, como os 
regionalistas do Recife. 
A compreensão da formação dessa escrita 
envolve a investigação dos dispositivos de 
construção da memória e também da formação 
e manutenção de um grupo, já que isso implica 
um desejo auto-formativo. 
Para compreender o processo de formação da 
escrita memorialística de Nilo Pereira, analisamos 
crônicas e livros que ele publicou durante meio 
século de exercício intelectual, associando a esse 
conjunto a leitura de uma bibliografia que ajudou 
a reconstituir o contexto histórico e social 
no qual o autor estava inserido. 
Não estudamos um período exato da
escrita do autor. 
Tentamos apreender em cada período 
as características do homem e da escrita, 
tentando compreender a lógica 
da sua trajetória intelectual. 
Tomamos como referências básicas de nossa 
análise os livros Evocação do Ceará-Mirim (1959), 
A rosa verde (1982) 
e Imagens do Ceará-Mirim (1969). 
Tomamos esse último como referência base 
de nossa análise por considerá-lo o mais elaborado 
dos livros de memória de Nilo Pereira, representando 
a síntese do memorialismo praticado por ele. 
De um modo geral, o trabalho aqui apresentado 
investiga a escrita de Nilo Pereira e sua relação 
com um grupo de intelectuais nordestinos da primeira 
metade do século XX e a cidade de Ceará-Mirim.



Memória, história, escrita, 

Ceará-Mirim/Recife, Nilo Pereira.

Um comentário:

  1. Parabéns a Helicarla de Morais, este “Mimo de Deus”, que com inefável ternura soube retratar com maestria a história do Célebre escritor:
    Nilo do vale aristocrático
    Rio de romance e poesia
    Viveu a rosa verde a contemplar
    Num Ceará – Mirim Mítico e Enigmático
    Entre o trono e o altar
    D. Pedro Segundo o vento leva
    Nilo Pereira não levará

    “Crésio Torres”

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