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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

BIOGRAFIA DE "MARLI CÂMARA DA SILVA"

COMO PROMETIDO, AQUI ESTÁ A BIOGRAFIA DE VIDA DA MINHA SAUDOSA MÃE, QUE HOJE ESTARIA FAZENDO ANIVERSÁRIO.

MARLI CÂMARA DA SILVA

MARLI CÂMARA DA SILVA, nascida em 18 de Agosto de 1934, no povoado do Quiri, município de Ceará-Mirim, Rio Grande do Norte - BRASIL, onde viveu sua infância, ao lado dos seus pais: Sr. Francisco Varela da Câmara (conhecido por Chico Leão) e Sra. Alice Araújo da Câmara e dos seus irmãos: Cícero, Cleto, Francisco Canindé e João Batista, sendo assim, a única filha mulher da família.  Teve como avós paternos: Sr. Antônio Soares da Câmara e Sr.a Joana Varela e avós maternos: Sr. Alfredo Araújo e Sra. Francelina Araújo.

Teve uma infância simples, mas com muito esforço, estudou em escolas particulares, com professores exclusivos daquela época. Amava música, tocava pandeiro divinamente bem, dançava com leveza e cantava como um rouxinol. Nas reuniões familiares, ela sempre organizava as festas com muito empenho e prazer. Quando criança, gostava de andar de cavalo, fazer bonecas de pano, com sua mãe aprendeu a fazer renda e a costurar. 
Aos 15 anos de idade, começou a namorar com Raimundo Rocha da Silva, sem o consentimento dos seus pais e depois de 7 anos de namoro, casaram-se sem que os pais dela soubessem. No dia 20 de Fevereiro de 1955 (num Domingo de Carnaval), a cerimônia foi realizada pelo Monsenhor Celso Cicco, na Igreja Matriz de Nossa Sra. da Conceição, Ceará-Mirim/RN. Depois de casada, foi diretamente para casa dos pais, juntamente com o Sr. Raimundo Rocha, avisar o ocorrido e em seguida, foram para casa do Sr. Alfredo Nobre, onde realizou-se o baile, organizado por alguns familiares e amigos. 
Durante anos, mudaram-se várias vezes, devido ao trabalho do Sr. Raimundo, que na época administrava fazendas, depois trabalhou como taxista e por último, passou a ser funcionário da COSERN. Finalmente, fixaram residência em Ceará-Mirim, no Largo São Vicente de Paula, ao lado do Abrigo dos Velhos.
Sua mãe, muito decepcionada com a atitude da filha, resolveu criar uma menina. Daí, Marli Câmara ganhou uma irmã adotiva, que chama-se: Maria do Carmo. 
Teve 12 filhos. O 1º filho: Emanuel (que faleceu ainda bebê); a 2ª filha: Maria Dalva Câmara, nasceu no Distrito do Quirí (município de Ceará-Mirim/RN); o 3º filho: Manoel Câmara (mais conhecido por Cacau), a 4ª filha: Maria de Fátima Câmara e o 5º filho: Marigildo Câmara, nasceram em Gameleira (município de Taipú/RN); o 6º filho: Marcos Câmara e 7ª filha: Maria das Dôres Câmara (mais conhecida por Mocinha), nasceram em Jericó (município de Ceará-Mirim/RN); o 8º filho: Magnus Câmara e o 9º filho: Maurício Câmara, nasceram em Ceará-Mirim/RN; a 10ª filha: Maria Conceição Câmara (mais conhecida por Ceicinha), nasceu na Maternidade Januário Cicco, em Natal/RN. Em seguida, teve o 11º filho: que foi um aborto espontâneo e o 12º filho: que foi uma gravidez Ectópica (gerada fora da cavidade uterina), por isso teve que fazer a "Laqueadura Tubária", terminando assim, sua procriação. 
Muito caridosa, amiga de todos, se possível entregava seu prato de comida a quem chegava, sua casa estava sempre cheia, pois além dos nove filhos, criou alguns sobrinhos e afilhados. 
Na adolescência ajudou na alfabetização dos seus irmãos, de alguns primos e amigos. Muito responsável e  profissional em tudo que fazia, pois desempenhou várias tarefas como aluna, professora, catequista, esposa, mãe, avó... Como técnica de enfermagem, trabalhou e administrou por muitos anos a "Clínica Dr. Murilo Barros" em Ceará-Mirim. Pessoa sociável, teve centenas de afilhados que perdeu a conta. Sua casa era considerada lar de todos, pois sempre cabia mais um. Era muito religiosa, foi católica assídua, cantava na igreja matriz de Ceará-Mirim, acompanhava o Padre Rui Miranda para celebrar as missas nos municípios, ministrava o catecismo na antiga sede da Ordem Francisca Secular, que foi construída no pátio do Largo São Vicente de Paula, bem próximo a sua residência, ao lado do Abrigo dos Idosos São Vicente, era responsável pelo Grupo de Jovens da JUFRA. Envolvia-se em tudo, inclusive na política, ao qual candidatou-se a vereadora, mas não obteve a quantidade necessária de votos para assumir uma cadeira na Câmara Municipal. Devido a este envolvimento político, teve algumas divergências religiosas e pessoais que fizeram-na tornasse evangélica e passou a frequentar a Igreja Assembléia de Deus, a partir do ano de 1982.
Mesmo sabendo que havia histórico de diabetes familiar, amava a todos, mas esquecera de alto-amar-se. Mesmo trabalhando numa Clínica, ao lado de um dos melhores médicos do RN, Dr. Murilo Barros, fazendo recomendações médicas aos pacientes, orientando-os a seguirem os devidos tratamentos... Mesmo assim, esquecera-se de si própria. Até que um dia, fora pega pelo destino e adquiriu a Diabetes Mellitus, que mudou sua vida para sempre. Entre a disciplina e o controle normal entre os diabéticos, ela articulava a seguinte frase: "- Se eu fizer, morro e se não fizer, morro do mesmo jeito. Então, quero morrer feliz!". 
Seu esposo e filhos, acompanharam toda sua dor e processo de evolução da doença, que deixou-a quase cega, pois de início ela já não distinguia as cores, depois via-se tudo em preto e branco e por último, via-se só vultos.  Foi ficando fraca, a insulina já não fazia mais efeito no seu organismo e a saúde agravou-se de tal maneira, que foi internada no Hospital São Lucas, em Natal/RN, onde chegou a falecer aos 63 anos (dois dias antes do seu aniversário - 18/08),  diante dos filhos: Marcos e Ceicinha, no dia 16 de Agosto de 1998.
O velório foi realizado no templo central da Igreja Assembléia de Deus de Ceará-Mirim, onde várias lideranças políticas estiveram presentes, dentre elas: Roberto Pereira Varela (então prefeito naquela época); Rui Pereira Júnior (muito amigo e considerava-a como prima); Pedro Melo (então Deputado Estadual na época); Núbia Costa (na época, prefeita de Barra de Maxaranguape/RN) e vários vereadores, bem como suas amigas católicas da Irmandade de Nossa Sra. de Fátima e de Nossa Sra. da Conceição. 
Seu sepultamento foi realizado às 16 horas do dia 17 de Agosto, quando centenas de pessoas seguiram em cortejo, até o Cemitério Santa Águeda, para darem o último adeus à "Marli Câmara".
A cerimônia do velório foi celebrada pelo saudoso Pastor Presidente das Assembléias de Deus do Rio Grande do Norte: JOÃO GOMES DA SILVA, que ao despedir-se, falou o seguinte: "- A você, irmã Marli, eu não digo adeus. Eu digo até logo". Cinco dias após, por obra do destino, o Pastor João Gomes também foi chamado para receber a sua coroa de glória no reino dos céus, chegando a falecer inesperadamente num acidente automobilístico.

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SEGUE ABAIXO ALGUMAS IMAGENS
DO ACERVO DA FAMÍLIA CÂMARA


FRANCISCO VARELA DA CÂMARA
(Mais conhecido por Chico Leão)
Pai de Marli Câmara da Silva

Aqui na imagem diz que é o 1º irmão, 
mas este é o 4º, o irmão mais novo.
Dona Marli com seu esposo Raimundo Rocha da Silva
Dona Marli com a freira do Colégio Santa Águeda:
Irmã Dorinha.

Dona Marli com a amiga Oneide.
Faziam dupla na Igreja Matriz de Ceará-mirim.
Oneide tocava piano e Dona Marli cantava.

Minha mãe, Marli Câmara, 
com a minha saudosa madrinha: Severina Golveia
e eu vestida de anjinho (De anjo não tenho nada! Risos...)

Meu pai Raimundo Rocha e Dona Marli, com Padre Rui Miranda.
E esta menina não recordo, mas quem souber,
por favor, avisem-se!

Esta imagem foi uma das últimas que conseguimos registrar
com a Dona Marli. Foi no dia do 1º Aniversário do meu filho:
Rennan César, no dia 13 de Fevereiro de 1998.
Aqui, ela esta juntamente comigo e uma mui-amiga 
que estudou comigo no Colégio Hipócrates
e chama-se: Alana Kadidja.

Mocinha Câmara (minha mana), eu com meu filho Rennan
e minha saudosa mãe: Marli Câmara,
no dia do aniversário do meu filho.
   

Dona Marli (no lado esquerdo da foto), 
com o locutor cearamirinense Etevaldo e Frei Damião, 
ministrando suas famosas missões.

 
Minha madrinha Severina Golveia, Dona Marli
e eu mais uma vez vestida de anjinho, juntamente
com uma afilhada da minha mãe (que não recordo o nome!).
Foi no dia da minha 1ª Comunhão,
na Igreja Matriz de Ceará-Mirim.


Essa foto é uma relíquia!
Foi no dia do aniversário de Isabel Poti 
(antiga professora da cidade).

No lado direito: Dona Marli, 
mirando os seus filhos artistas:
Marcos Câmara e Mocinha Câmara

 E aqui termino esta homenagem
transcrevendo esta  minha poesia
que dediquei a esta mulher inesquecível
no "Dia das Mães", em Maio de 1998,
três meses antes do seu encantamento:


MÃE


Tu és um ser incomparável,
Que ninguém quer deixar de ter.
Com seu jeito inabalável,
Não deixas de pensar em vencer.


Tu és aquela que transmite afeição,
Com suas palavras cheias de esperanças,
Tão doce e terna como o perdão,
Fracassos, lutas e bonanças.


Tu és a que sempre me escuta.
Em cada ocasião que preciso,
Sempre me ajuda,
E eu retribuo com um largo sorriso.


Quando te chama de MÃE, eu sinto...
Dentro do meu coração feliz,
Um sentimento lindo, 
Por tudo o que você diz.


CEICINHA CÂMARA
Poesia feita no dia 16 de Maio de 1998







2 comentários:

  1. É dificil falar,contar ou dizer algo de alguem tão especial,minha mãe! O que mais me emocionou nela,foi a forma de conseguir tantos amigos,independente de relião ou de crênças. Ela conquistou algo que,entre milháres de pessôas,uma coseguirá. No dia de seu velório,por ser numa Igrêja Evangélica,no momento de despedida eterna, ela conseguiu reunir amigos:Evangélicos,Católicos,Espirita,Xangoseiro,Macumbeiro,enfim,pessoas de todas as crênças. Só alguem divinamente especial pra conseguir um evento dessa imensidão. Naquele momento reconheci o grande espírito de minha mãe.Obrigado a todos e que o grande espirito do univérso ampare e proteja,ela onde estiver e todos que a recorda com carinho.Salve Deus!Marcos Câmara.

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  2. Ceicinha, realmente D.Marli Câmara é reconhecidamente um exemplo de vida. No céu, com certeza está muito feliz com esta homenagem.
    Abraço dos amigos
    Edvaldo e Francisca
    Ceará-Mirim RN - Brasil

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