CLARA E NUA
Óleo sobre tela "Lilases" Graça Campos
Nos arredores da aldeia
Rumo à estrada sinuosa
Há um mistério profundo
Uma louca desvairada
De olhar mais triste do mundo
Tanto tempo esquecida
De seu amor e da vida
Em noite de lua cheia
A moça, após banhar-se
Nas águas do grande rio
Usa traje de princesa
Que sempre usava na corte
Vai pelo bosque esvoaçante
Cantarola, esbanja rimas
Preenchendo-lhe o vazio
Amante mulher tolhida
De tanto amar esquecera
De seu precioso valor
Ao enroscar-se nos galhos,
Clama por força e guarida
A lua, que a tudo assiste,
Não se conforma e persiste
Quando a louca se contorce,
Arrancando as suas vestes.
Ilumina um atalho
Jura devolver-lhe a paz...
Ao retomar a consciência
Borbulham certas lembranças
Fica a morrer de saudade
Não mais queria sentir
No coração tanta dor...
Dos anseios, dos afetos
Entre uma fresta e outra
De galhos, folhas sombrias,
O farfalho e o suspiro
Mesclados risos e choro,
Libélulas, beija-flores
E o canto da cotovia
As amarras se desfazem,
A louca desata os nós
E balança a cabeleira
Emaranhados arabescos
De sonhos que se comprazem
Louca lúcida desfalece,
Encontra maior razão
Curva-se e ali recolhe
Um por um, pedaços no chão
Para, inteira, reintegrar-se.
Volve seus olhos aos céus
Estende as mãos à lua amiga
E entoa a mais bela
De todas as cantigas...
Lua e mulher, Clara e Nua
O ciclo se faz presente
Uma e outra mutante
Contracenam com maestria
Força e desejo constante.
E, quando a lua se vai,
Um silêncio contagia
O recanto e a mulher
Dormem um sono profundo...
Rumo à estrada sinuosa
Há um mistério profundo
Uma louca desvairada
De olhar mais triste do mundo
Tanto tempo esquecida
De seu amor e da vida
Em noite de lua cheia
A moça, após banhar-se
Nas águas do grande rio
Usa traje de princesa
Que sempre usava na corte
Vai pelo bosque esvoaçante
Cantarola, esbanja rimas
Preenchendo-lhe o vazio
Amante mulher tolhida
De tanto amar esquecera
De seu precioso valor
Ao enroscar-se nos galhos,
Clama por força e guarida
A lua, que a tudo assiste,
Não se conforma e persiste
Quando a louca se contorce,
Arrancando as suas vestes.
Ilumina um atalho
Jura devolver-lhe a paz...
Ao retomar a consciência
Borbulham certas lembranças
Fica a morrer de saudade
Não mais queria sentir
No coração tanta dor...
Dos anseios, dos afetos
Entre uma fresta e outra
De galhos, folhas sombrias,
O farfalho e o suspiro
Mesclados risos e choro,
Libélulas, beija-flores
E o canto da cotovia
As amarras se desfazem,
A louca desata os nós
E balança a cabeleira
Emaranhados arabescos
De sonhos que se comprazem
Louca lúcida desfalece,
Encontra maior razão
Curva-se e ali recolhe
Um por um, pedaços no chão
Para, inteira, reintegrar-se.
Volve seus olhos aos céus
Estende as mãos à lua amiga
E entoa a mais bela
De todas as cantigas...
Lua e mulher, Clara e Nua
O ciclo se faz presente
Uma e outra mutante
Contracenam com maestria
Força e desejo constante.
E, quando a lua se vai,
Um silêncio contagia
O recanto e a mulher
Dormem um sono profundo...
Graça Campos
(em "Olhares de Mulher")
A autora.
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