Como Florbela, Lúcia Helena ousa levantar seu estro amoroso, sem medo de afrontar aqueles que, incapazes de confessarem o seu íntimo sentimentalismo, vão secando a lírica poética, calando a voz do coração, alinhando em mal copiados pós-modernismos de jogos exdrúxulos de palavras hiperbólicas, metaforicamente exagerados e, muitas vezes, vazios de consistência de ideias e emoções, longínquos do papel da poesia, só para estarem nos modismos, mas estilísticamente sem a genuína beleza que só os grandes poetas percussores teem o gênio de conseguir.
Na verdade, hoje em dia, prolifera uma certa poesia pretensamente pós-modernista, que fazendo uso de linguagem estranha e indecifrável, fechada, às vezes sem nexo, outras vezes hiper-minimalista, ignora que a poesia tem de chegar ao coração e às mentes dos leitores, identificar-se com a alma humana nas suas fragilidades e nas suas grandezas, tocar quer na superfície das suas emoções, quer nas profundezas das suas almas, sensibilizar-nos no que é eterno e belo, como o amor, ou mesmo no que é transitório e quotidiano, mas nestes casos deve, ou engajar cívicamente a poesia, ou atrair com as suas líricas jocosas, ou empolgar e fazer sonhar com o anúncio do futuro, iluminando-o.
Se a poesia não conseguir iluminar o coração dos leitores, tocando-os com alegria, tristeza, nostalgia, arrependimento, amor, ternura, revolta, reflexão, humor, brejeirice , ou com expressão visionária, então é porque se perdeu, vagueia no escuro e não encontrou o seu próprio e natural caminho lustral.
Mas a poetisa Lúcia Helena, como digna Cônsul dos Poetas Del Mundo, ergue com frequência o seu estro poético, tanto para cantar o amor e os afetos, como para clamar pela defesa da mãe natureza, levantando o poema à condição de versos cívicos que reclamam contra as ofensas e agressões às belezas naturais. E não esquece as flores, as rosas, os símbolos da amizade, dos afetos, enfeitando os seus versos de nostalgias “da infância distante”, correndo pelas paisagens bucólicas dos canaviais, plantando os seus poemas nesse jardim lírico onde mora a poesia de Lúcia Helena Pereira, A Poetisa das Flores.
QUE A LIRA DE LÚCIA HELENA CONTINUE TANGENDO SEUS CANTOS POÉTICOS, ECO PROFUNDO DAS LONQÍNQUAS VOZES SEMPRE EMBALADAS PELO INABALÁVEL ENAMORAMENTO QUE NÃO TEM TEMPO, NEM LUGAR, NEM MEDIDA, PORQUE É SEMPRE CONSTANTE, EMOCIONAL E IMORREDOIRO.
CARLOS MORAIS DOS SANTOS
Cônsul Poeta del Mundo em Lisboa
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