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domingo, 19 de setembro de 2010

PARA GIBSON MACHADO, A ROSA VERDE EXISTE! MAS ELA NÃO É VERDE! É "ROSA AMARELA



ROSA AMARELA


A Rosa Verde existe, diz Nilo Pereira, filho do Verde Nasce e neto do Guaporé: “É preciso ter olhos de infância para encontrá-la. No meio do canavial, escondida, tímida, ela floresce. Perde-se no colorido denso do vale. Só uma criança pode vê-la."

Sábado, 18 de setembro de 2010 fui com um amigo de São João do Seridó - o artista plástico Wandemberg, sua esposa Jaci e filha - conhecer o velho Guaporé. Durante a visita percebi que a Rosa Verde existe...não era bem uma rosa verde, mas, uma linda e frágil, rosa amarela...simbolicamente, uma Rosa Verde... a minha Rosa Verde.
Foi assim que eu a encontrei, entre plantas aquáticas, flutuando no heroico Rio Água Azul. Haviam feito uma limpeza na área, onde seriam plantadas mudas de cana, para a nova safra da usina.
O som da água corrente me chamou a atenção e, logo atrás da casa de banho do engenho Guaporé, descia majestoso, o resistente rio Água Azul, cortando o vale e deixando suas marcas milenares no canavial.
Observei que a terra estava removida e a margem esquerda do rio parecia ter sido totalmente revirada. Nada o protege das intempéries naturais, podendo ser soterrado pela argila depositada às margens de todo o seu curso. Demorei alguns minutos olhando aquela paisagem sem vida.

Rio Água Azul - onde a mata ciliar para protegê-lo???

Uma bomba retirava a água do rio para irrigar a plantação de cana e muitos gaviões e carcarás sobrevoavam o vale em busca de comida... faziam uma festa!!!
Desci um pouco para me aproximar da bomba e fiquei surpreso quando vi a rosa amarela, tão frágil, tão bela, estava lá, banhada pelos raios luminosos de um sol ardente que ao refletirem nas pétalas, pareciam uma luz divinal...
Sua luminosidade me fez recordar o grande neto daquela casa senhorial, Nilo Pereira, e um filme foi passando e repentinamente via aquele lugar cheio de gente, cambiteiros, meninos correndo e sinhás sendo levadas para o banho matinal na secular casa de banho em frente ao velho solar.

CASA DE BANHO DO ENGENHO GUAPORÉ

Não pude me conter e uma tristeza imensa envolveu todo meu ser... Como poderemos salvar o centenário casarão??? Como é possível pessoas inteligentes deixarem que um marco histórico e cultural como o guaporé agonize e seja engolido pela estupidez e insensatez das autoridades (IN)competentes???
É preciso enfrentar os infortúnios suscitados pelos responsáveis diretos daquele patrimônio com determinação e exigir que a justiça faça seu papel e determine a imediata restauração do casarão e de toda a área em volta do mesmo.


Os filhos de Ceará-Mirim não devem deixar que a memória da cidade seja roubada pela ganância, ignorância, insensibilidade de alienígenas que borboleteiam no vale em busca no próprio sucesso, esquecendo que, aqui, existiram pessoas e famílias inteiras que construíram uma história às custas de muito suor e sangue!!!
Não merecemos continuar derramando o mesmo suor e sangue... parece que a larva continua viva, devorando o consciente dos inconsequentes... Preciso confiar na tenacidade de minha rosa amarela... firme, viva, solitária, porém, sonhadora, acreditando que uma catarse poderá revigorar nossas quimeras seculares!!! Ave, ave, minha rosa amarela!!!

Corrimão da escada interna da casa do Guaporé 
em julho/2010


Roubaram o corrimão 
e as tábuas do assoalho do casarão 
- setembro/2010 -
Começaram a roubar as janelas... 
quando tomarão alguma providência??

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CEARAMIRINENSE

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E LÚCIA HELENA PEREIRA DIZ...



Gibson Machado, traz essa paisagem em seus olhos e na sua alma inquieta, buscando reviver aquele tempo d´outrora, capturando imagens que servem à alegoria dos seus olhos.
Gibson que tanto respeito dedica ao passado, aos patrimônios que vão perpetuando a história de Ceará-Mirim e dos meus ancestrais.
Nesta página, ele invoca Nilo Pereira - maior cronista literário dos 
últimos tempos, encantado em 1992 e imortalizado em suas sessenta?
cinqüenta obras?
Aqui Gibson traz a poesia da Rosa Verde, imaginada pelo menino Lauro 
(pseudônimo que Nilo Pereira inventou para recriar um tempo perdido e o Verde Nasce, o oiteiro e o Guaporé!
Vamos ler trechos da Rosa Verde, pelo capitão da grande viagem - 
Nilo Pereira - e o guardião do tempo - mensageiro: Gibson Machado.
Obrigada por mais esta homenagem a Nilo Pereira a ao velho solar.


Lúcia Helena Pereira
Escritora e poeta cearamirinense
Neta da Escritora Madalena Antunes
Mediadora do blogue:





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