Cara Amiga Ceicinha Camara,
Nós, emigrantes, não somos diferentes de todo o mundo... e, ao mesmo tempo, nos diferenciamos de todos de acordo com as nossas necessidades pessoais em cada momento que passa...
Uns, temos tempo de sobra para usufruir dos poucos prazeres da vida, porém outros usufruem do pouco tempo que nos sobra, para se divertirem.
Enfim... todos estes trocadilhos para lhe enviar um novo texto com poemas humoristicos pois que, a rir, a rir... se despregam as bandeiras!... e a melhor coisa do mundo é rir a bandeiras despregadas!!!
Receba um grande abraço e até breve!
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De: Silvino Potêncio,
(Uma Casa... À Portuguesa, com certeza!)
(Uma Casa... À Portuguesa, com certeza!)
Afastado dos palcos da emigrantada durante as ultimas "luas", convidamos hoje o "fadista" Ti Silvêncio Retornado, para nos manifestar algumas das suas últimas trovas encomendadas para esta quadra Natalina, já que o mesmo vive o Natal em Natal há muitos anos, e não se cansa de contribuir (de Graça) para o engrandecimento da cultura "Pop ular" (entenda-se : "pop ular" é aquele tipo de fado onde o cantor Pop e o Povo Ula)...
Como não podia deixar de ser, abre-se a "se são" fadistas!... com um fado tipico muito em moda ultimamente depois que se extinguiu do cancioneiro "Pop ular" a velha Canção do "Abriu-loooooooooo... Au Portugais"!... iii aatão lá bai;
Uma Casa... À Portuguesa, com certeza!
Numa casa com certeza fica bem!
Um coitado desempregado por condão...
Ou fatalismo, fica bem... pois então!
Quando à porta por azar lhe bate alguém,
De tão pobre, pobre, xuxialismo... ele nem tem,
Força p'ra puxar o autoclismo!
Quatro paredes pintadas!...
Duas pedraaaaaaaaaaas no jardim.
Uma promessa e desejos...
De um dia eu ter uma assim!!!
Um Primo Mané sempre feito,
De barro bom lá das Caldas...pois aatão,
Pendurado na cintura e ao peito,
Que trouxe da emigração!
Três tezas à minha espera!...
A Mulher e Duas filhas da Mãe à cintura.
Uma promessa de emprego,...
E um Ti Zé Povinho que jura!!!
Ter uma casa À Portuguesa, com certeza!!!...
É com certeza uma casa À Portuguesa!
No conforto do partido fica bem,
Discutir c'uas vizinhas regateiras,
Miseráveis, lavadeiras e sopeiras...
Tão humildes que também...
Querem ter a sua casa sempre ao sol,
Bem arejada e escavacada por mau trato,
Da dita dura que não foi mole,
E agora se concentra lá no Rato!!!
A bandeira do partido fica bem!...
Da cor do glorioso na sacada.
Uma promessa de beijos...
Na reforma já sofrida, e há muito desejadaaaaa!!!...
Basta pouco, um pouquinho quase nada,
Da riqueza do meu lar tão pobrezinho...
Que do tempo do Salazar é mal falada,
Esta casa tem por dom muito carinho.
Na chaleira do fogão já sem pitrol,
Ainda tem, um pouco d’água bem ardente
P’rás “bezitas” deste singelo tintol...
E sentam-se à mesa c’ua gente!
Um cacho d’ubas pintadas,
Numa tela, da parede já sem fim...
As telhas foram roubaaaaaaaaadas,
E os “cravos de Abril” estão no fim!!!...
Ter uma casa À Portuguesa,
Sempre assim, com certeza...
É com certeza uma casa À Portuguesa!
(refrão)
Quatro paredes pintadas!...
Duas pedraaaaaaaaaaas no jardim.
Uma promessa e desejos...
De um dia eu ter uma assim!!!
Um cacho d’ubas pintadas,
Numa tela, da parede já sem fim...
As telhas foram roubaaaaaaaaadas,
E os “cravos de Abril” estão no fim!!!...
Ter uma casa À Portuguesa,
Sempre assim, com certeza...
É com certeza uma casa À Portuguesa!
Autor: Silvêncio Retornado – Emigrante Transmontano – O Home de Caravelas – Mirandela.
(Ex Retornado² – Ex Combatente – Ex Comungado do IARN – Ex Patriado do Recto Ângulo Luz & Tano – Ex pulso do Campo de Aulgarveschwitz)
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