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segunda-feira, 18 de julho de 2011

"SANTANA" - ESCULTOR CEARAMIRINENSE FAZ SUCESSO EM SÃO PAULO.

Mestre Santana - com camisa branca

Escultor cearamirinense Santana entre secretários e governadores no Salão de Turismo 2011 em São Paulo. Mestre Santana foi o autor e escultor do troféu entregue aos homenageados pela organização do Salão de Turismo. Concorreu com 18 escultores de todo Brasil e, Ceará-Mirim, mais uma vez, foi o vencedor do concurso. Nossos talentos brilham quando estimulados. Parabéns Mestre Santana. A fotografia foi do FB de Bartira Seixas Vicente.

MATÉRIA TRANSCRITA DO BLOGUE DE GIBSON MACHADO: 

4 comentários:

  1. Eu e minha esposa estivemos em Natal em fevereiro de 2012. Visitando o Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão tomamos conhecimento do trabalho de mestre Santana e daí surgiu o interesse de irmos ao seu atelier, em Ceará Mirim, onde acabamos adquirindo duas de suas peças.
    A julgar pelo que vimos em algumas feiras de artesanato em Natal, estávamos quase convencidos de que a capital potiguar se limitava a revender em larga escala o produção artesanal oriunda de PE e CE.
    Felizmente, ao conhecermos os artesãos Santana e Edvaldo (Naldo do jipe), filho de mestre Etewaldo, nossa impressão mudou completamente e percebemos a riqueza da cultura local.
    É lamentável que a prefeitura de Ceará-Mirim e o governo do RN não deem a devida importância aos artistas locais. É incompreensível que as feiras de artesanato de Natal se contentem em revender o que é produzido em série em todo o Nordeste e negligenciem quase inteiramente manifestações artísticas que conferem personalidade própria à cultura potiguar.
    Aqui, em Porto Alegre (RS), estamos dando nossa modesta contribuição para que esse cenário mude sensivelmente. Sempre que surgir ocasião, estaremos divulgando o trabalho dos artistas de Ceará-Mirim.
    Ass.: Arienei Abreu, professor de História da rede estadual de ensino e técnico em assuntos culturais do Museu Antropológico do RS (MARS), órgão da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac-RS). Email: arienei.abreu@hotmail.com

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  2. Amiga Ceicinha, obrigado pela divulgação de nossa dileta Ceará-Mirim, principalmente, postando comentários, como o do amigo professor Ariel Abreu.

    Amigo Ariel Abreu, você mostrou ser uma dessas raras pessoas sensíveis, às coisas da cultura popular de nossa terra brasilis... Aqui em nossa "potiguarânia" província, na maioria das vezes, as manifestações culturais espelham, exclusivamente, os interesses políticos em época de campanha eleitoral, o que é uma pena, pois, existem, principalmente em Ceará-Mirim, um dos maiores celeiros culturais do Estado do RN, cujas manifestações populares, referenciam todas as representações de nossa pluralidade cultural, como Cabocolinhos (Indigena), Congo de Guerra (Africana), Pastoril (Europeia), Bambelô e Boi de Reis, nascida de toda essa miscigenação, surgida nos terreiros de engenho de açúcar do Nordeste do Brasil, portanto, temos, aqui em nossa terra, os quatro principais autos populares do Brasil. Além disso, há escultores - premiados no Brasil, como o mestre Santana), Fabio de Ojuara (com varias exposições no exterior), os herdeiros do Mestre Etevaldo Santiago (Ednaldo, Edvonaldo), uma linhagem de escultores reconhecida internacionalmente.
    Ceará-Mirim no passado foi dos maiores produtores de artesanato de palha de carnaúba do estado, no entanto, esta prática, atualmente, se restringe à comunidade de Massaranduba (municípios de Ceará-Mirim e São Gonçalo do Amarante), um pequeno grupo de produção, que exporta o produto, inclusive, expondo no Brasil, Europa e países da América do Sul, como o Chile). Tive a oportunidade de expor com este grupo, no Fórum Social Nordestino em Recife no ano de 2004, quando apresentei o trabalho sobre cultura popular, desenvolvido com o Congo de Guerra de Mestre Tião.
    Nossa arte é riquíssima e, não são artistas temporários, ou de verão, são artistas consagrados em todo território nacional e internacional, como por exemplo, citando somente dois deles, Aécio Emerenciano e Alice Brandão, estes, representando uma relação de mais de 30 artistas plásticos que produzem na comunidade.
    No assentamento Canudos há um grupo de artesãos que trabalha com a fibra de bananeira. Sua produção está sendo exportada e, poucos em nossa cidade (Ceará-Mirim), têm conhecimento destes trabalhos. Na comunidade de Ponta há uma família que trabalha exclusivamente com produção artesanal de vassouras e espanadores feitos da palha de carnaúba, uma tradição família, provavelmente, na terceira geração de transmissão da arte. Não posso deixar de citar, também, as produções – modestas - com cipó de jiquitirana, como, por exemplo, cestos, alguidares, covos, uruá, produzidos nas comunidades de Rio dos Índios e Aningas.
    Não entendo como estas representações artísticas e culturais de nossa terra, permaneçam na hibernação cultural por tanto tempo. É importante que nossos munícipes, conheçam e divulguem os trabalhos dos artistas regionais. Não devemos permitir que nossas tradições, sejam reconhecidas, somente, por pessoas de outras regiões que venham nos visitar e cobrem das autoridades, as justas valorizações de nossa cultura popular.
    Amigo Ariel, estas são pequenas contribuições, que os artistas locais, têm dado para a divulgação da arte e cultura de nossa cidade. É imprescindível que haja organização e politicas públicas viabilizando meios que facilitem a produção e o escoamento das representações artísticas e culturais de nossa terra.
    Ficamos aqui, agradecidos pelas suas palavras, e nos comprometendo em lutar pelas nossas tradições, a fim de que as futuras gerações possam se orgulhar da terra em que nasceram, onde seus antepassados ajudaram a construir com suor, lágrimas e sangue jorrados nos terreiros, no passado, dos engenhos e, no presente, dos gabinetes das representações políticas de nossa terra.


    Gibson Machado
    Professor de Arte da rede estadual de ensino

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  3. Caro Gibson:

    Fico feliz em saber que o barco não está à deriva. Enquanto ativistas culturais como tu estiverem em ação, sempre haverá a possibilidade de dias melhores.
    Pelo entusiasmo de tua narrativa (que chega a manifestar uma justa indignação) tenho a certeza de que não estás só nessa empreitada.
    Uma ideia que insisto em debater com meus alunos, para que não alimentem falsas esperanças diante de certas "lideranças políticas", é a de que nenhum governo - por mais revolucionário que se diga - e nenhuma forma de poder são suficientemente bons quando o povo não acredita em suas próprias forças e não exerce pressão constante.
    Muitas vezes, para quebrar a resistência de burocratas que insistem em processos rotineiros, é necessário que visionários como tu e as pessoas que te apoiam arrisquem soluções inusitadas e criativas.
    Continuem travando com entusiasmo esse bom combate. Os artistas da região certamente lhes serão muito gratos.

    Receba um abraço "quebra-ossos" ao estilo gaudério do

    ARIENEI

    (técnico em assuntos culturais do Museu Antropológico do RS e professor de História da rede estadual de ensino)

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  4. É interessante como as coisas acontecem...estando eu a visitar Natal pelo menos uma vez ao mês,e tendo a mesma visão que o nobre professor Arienei Abreu teve sobre o artesanato potiguar- "...A julgar pelo que vimos em algumas feiras de artesanato em Natal, estávamos quase convencidos de que a capital potiguar se limitava a revender em larga escala o produção artesanal oriunda de PE e CE.",me deparei com os colegas em arte Edvaldo e Santana na Fiart-2014 e mudei minha visão.Isso se deu porque vi que no fim do beco há um bosque,sim,com certeza há,pois em Ceará-mirim,Massaranduba,Santo Antônio(São Gonçalo do Amarante) tem artesãos que ainda resistem e abraçam a arte popular com o mesmo fervor que quando iniciaram seus oficios.Sou um artista popular,arte-educador,xilogravurista,mamulengueiro,e me torno solidário com todos os artistas potiguares e aos ouvidos dos sensíveis do coração como você Ceicinha Câmara.Parabéns pelo blog e vida longa!

    galdinoartes.blogspot.com.br

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