JOSIVAN RIBEIRO DO MONTE Utilização de métodos lúdicos, aliados a arte com princípio educativo |
Por
Erta Souza
Adotar e ser adotado. Essas têm sido práticas constantes na vida de Josivan Monte, professor de literatura. Apesar de ter somente 45 anos, ele perdeu a conta de quantos "filhos" têm. Dessa imensa "família" fazem parte seus atuais e ex-alunos. O ato de adotar os adolescentes como membros da família se intensificou nos últimos anos devido à proximidade dos jovens com o professor que usa a arte para cativar os jovens.
Atuando como educador desde os 18 anos ainda em sua terra natal, São Bento do Norte, Josivan percebeu dois anos depois que a metodologia usual da gramática e da Literatura não surtiam efeito para prender a atenção dos adolescentes. "Vi muitas vezes o professor entrar na sala de aula e os alunos saírem". Ao assistir cenas como essas, o jovem percebeu que precisava fazer algo diferente para despertar o interesse dos estudantes pela disciplina considerada segundo plano na preparação para o vestibular, ao contrário de português, matemática e física, por exemplo.
Como se considera um fascinado pelas diversas manifestações artísticas, intuitivamente Josivan percebeu que essa seria a forma da literatura conquistar os alunos. A técnica foi aprimorada a partir de 1999 quando as obras literárias passaram a ser exigidas no vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A música, o teatro e a dança passaram a fazer parte cada vez mais das aulas.
E foi na elaboração de textos das peças teatrais que descrevem a história dos livros solicitados no vestibular que o contato entre mestre e alunos se tornou intenso. Como dá aulas em nove instituições da rede privada de ensino para 60 turmas concluintes do Ensino Médio e cursinho pré-vestibular, Josivan tem aproximadamente dois mil alunos.
Atuando como educador desde os 18 anos ainda em sua terra natal, São Bento do Norte, Josivan percebeu dois anos depois que a metodologia usual da gramática e da Literatura não surtiam efeito para prender a atenção dos adolescentes. "Vi muitas vezes o professor entrar na sala de aula e os alunos saírem". Ao assistir cenas como essas, o jovem percebeu que precisava fazer algo diferente para despertar o interesse dos estudantes pela disciplina considerada segundo plano na preparação para o vestibular, ao contrário de português, matemática e física, por exemplo.
Professor adapta obras literárias e promove encenações para alunos
E foi na elaboração de textos das peças teatrais que descrevem a história dos livros solicitados no vestibular que o contato entre mestre e alunos se tornou intenso. Como dá aulas em nove instituições da rede privada de ensino para 60 turmas concluintes do Ensino Médio e cursinho pré-vestibular, Josivan tem aproximadamente dois mil alunos.
O contato estreito entre alunos e mestre durante todo o ano ultrapassa as barreiras das salas de aula. Hoje Josivan - apesar de ser ainda jovem - não sabe ao certo quantos filhos adotou. Na verdade, em muitos casos, ele foi adotado como pai. Atitudes como pegar e deixar os alunosna escola, curso de inglês ou até mesmo em uma balada se tornou mais freqüente na vida do professor que se considera uma pessoa que "gosta de cuidar dos outros". Josivan acredita que a perda de seu pai aos 12 anos de idade teve forte influência nessa vontade de cuidar do próximo. "Somos seis irmãos. Então e minha irmã mais velha absorvemos a responsabilidade de ajudar nossa mãe com as outras crianças", lembra.
Josivan não se considera um professor. "O professor se limita a exercer o ofício e passar conteúdo, já o educador tem um trabalho mais amplo porque se preocupa com as necessidades e diferenças dos alunos", explica. Mas sua paixão pela atividade teve que dividir a atenção do jovem com a segurança pública. Aos 23 anos, Josivan se tornou policial federal. Dez anos depois resolveu fazer direito e prestou concurso para a corregedoria do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJ/RN). A dedicação à educação não o deixou concluir o curso nem assumir o novo cargo a que tinha sido aprovado. "Não me via como um burocrata e resolvi abrir mão, mesmo sonhando com a estabilidade do serviço público".
Ele se tornou educador ainda em São Bento do Norte, onde ensinou várias disciplinas, mas foi com a Língua Portuguesa e Literatura que ele disse ter se encantado ainda no início da adolescência, terminando por ser aprovado no vestibular para Letras em 1987. "Eu era um menino muito ativo, participava de grupos de jovens e ajudava as freiras. Elas me incentivavam a ler e contraditoriamente me fizeram desistir da ideia de ser padre porque diziam que tinha outra missão na vida. Hoje agradeço porque elas contribuíram tanto na minha formação política quanto religiosa", disse.
Ainda aos 15 anos, Josivan era chamado de menino comunista porque discursava nos comícios de um candidato da oposição que queria tirar o poder de um grupo político que há mais de 30 anos comandava a administração em São Bento do Norte. O jovem resolveu entrar para a política e exerceu dois mandatos de vereador. Nessa época, inclusive, ajudou a criar o município vizinho de Caiçara do Norte. Mas o jovem vereador decidiu abandonar a política. Desde 1993 atua somente como professor de Literatura.
Josivan participa das encenações como um mero ator, depois retorna ao palco para explicar detalhes do livro que podem ser questionados na prova. "Os alunos lêem a obra e a partir daí identificam quem será esse ou aquele personagem, inclusive o meu papel é escolhido por eles", conta. Embora ache importante a participação dos jovens no processo de criação do texto e atuação no espetáculo, ele deixa os alunos livres para definirem se desejam participar do projeto.
Mesmo sendo impossível a participação direta de todos, os que assistem são beneficiados com a criação e atuação dos colegas. "E isso tem facilitado na hora da prova e na vida. Hoje vários dizem que a atuação no trabalho ou mesmo na escola melhorou por causa da diminuição da timidez", relata. Se engana quem pensa que somente as peças teatrais são produzidas pelos alunos. Durante todo ano são feitos vários eventos que trabalham a literatura. Tem feijoada, fondue e ciclo de apresentações no Teatro Alberto Maranhão (TAM) onde são apresentados os resumos das obras.
Com a proximidade do vestibular, Josivan percebeu a necessidade dos alunos em participar das últimas aulas e estudar para as provas, por isso desde o ano passado o aulão especial em que todas as cinco obras são apresentadas e discutidas por atores profissionais
...fonte...
Erta Souza
ertasouza.rn@dabr.com.br
www.diariodenatal.com.br
...fotografia...
Carlos Santosl/DN/D.A Press
www.diariodenatal.com.br
"Toda a arte de ensinar é apenas a arte de acordar a curiosidade natural
nas mentes jovens, com o propósito de serem satisfeitas mais tarde."
Anatole France
Bom dia!
ResponderExcluirQue exemplo deste professor,tem profissionais que realmente são dignos de aplausos e prêmios.
Obrigada por visitar o meu cantinho e por segui-lo também.
Sou grata, tenha uma linda quinta-feira com muita paz.
Bjos.
Estudei com Professor Josivan e graças a ele consegui ingressar na UFRN!!!Parabéns pelo seu trabalho Josivan.
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