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domingo, 17 de fevereiro de 2013

"ANDANTE", poema de Ciro José Tavares - Brasil.

ANDANTE

Cavaleiro sou, castelos conquistei 
e  corações das damas com canções de amor.
As inquebráveis cordas do alaúde,
São dos cabelos de Dandrane, irmã de Parsifal,
meu condutor na jornada à Terra Santa
para juntos encontrarmos o cálice sagrado,
com o sangue recolhido do corpo de Jesus.
Na volta ao rei mostramos mãos vazias, sonhos fugidios. 
E vaguei por vagar, além do Mosela e do Loire,
ouvi nas cantigas das ninfas as lembranças.
Longos vestidos rendilhados das senhoras,
O crepitar dos archotes suspensos nos salões,
a suavidade musical das sarabandas,
o arrebatamento no bailado dos casais,
diáfanas brumas dos albores nas campinas,
vésperas sob vermelhos e amarelos dos ocasos,
luz dos plenilúnios derramada nos jardins,
a beleza céltica dos gestos refletida nas donzelas.
Cavaleiro fui, consumido pelo tempo,
Que me fez cúmplice da dor e da saudade,
Andarilho solitário, vigia de estrelas.
E vaguei por vagar despido de escudos e armaduras,
na busca do Santo Graal que jamais encontrarei.

CIRO JOSÉ TAVARES
Fevereiro de 2011.

SOBRE O ESCRITOR...
Ciro José Tavares da Silva, nascido em Natal, a 25 de agosto de 1940, formou-se em Direito na Faculdade de Direito de Recife em 1964. De 1964 a 1980 militou na imprensa, exerceu a advocacia e integrou os quadros funcionais da Esso Brasileira de Petróleo e da Siderúrgica Açonorte, ocupando funções Administrativas. Em 1981, estimulado por seus pais, abandona definitivamente tarefas vinculadas a empresas, viaja à Europa e na volta retoma sua profissão de advogado.
Iniciou-se efetivamente na literatura em 1987, publicando, a convite do jornalista Marcus Prado, dois poemas na coluna do jornal Diário de Pernambuco.
O escritor é descendente da família Sobral de Ceará-Mirim, e, quando criança, passou muitas férias na residência da tia-avó Adelle, onde conheceu a história dos engenhos do Verde Vale (Ceará-Mirim). (Fonte: Blogue do historiador Gibson Machado).

É membro da Associação Nacional de Escritores (ANE), da União 
Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro e Sócio honorário da UBE/ RN.
Além obras mencionadas, publicou o livro de poesia Baladas e 
Moinhos e as biografias À Sombra do Tempo, sobre seu pai, o cirurgião e 
professor de Medicina José Tavares da Silva, e a Sinfonia do Outono, sobre a 
respeitável e centenária pessoa do Sr. João Paulo de Souza, um dos ícones do 
comércio natalense. Resgatou, no livro Álbum de Versos Antigos, a poesia de 
sua tia-avó Adelle de Oliveira, professora e poetisa do Ceará – Mirim, 
reconhecidamente o maior nome feminino do parnasianismo potiguar. Em 2010 
lançou o livro Anêmonas, também no campo da poesia.Seus poemas  Integram 
diversas antologias editadas em Brasília, São Paulo e Recife e seus artigos 
publicados nos jornais de Natal, Recife e revistas culturais.
Atualmente residindo em Brasília é casado com a advogada e pedagoga Zuleide 
Teixeira e pai de uma filha, Adele. (Fonte do site da UBE - União Brasileira de Escritores).

Um comentário:

  1. Uma bela homenagem e merecida do Poeta Ciro Jose Tavares, conheco seus poemasme levaram
    aos misterios do universo.

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