POETA MATUTO CUM NOME DE AMERICANO
O meu nome é Bob Motta,
sô matuto, bicho hôme.
Mais munta gente incucada,
seu pensamento cunsome.
Quando a questão vem à tona,
todo mundo questiona,
o pru quê dêsse meu nome.
sô matuto, bicho hôme.
Mais munta gente incucada,
seu pensamento cunsome.
Quando a questão vem à tona,
todo mundo questiona,
o pru quê dêsse meu nome.
E ais pessoa tem razão,
de istranhá, seu fulano.
Diz qui ao me registrá,
meu pai cumeteu um ingano.
Eu, um poeta matuto,
de linguajá puro e bruto,
cum nome de americano.
O meu nome era prá sê,
Mané, Ontôin ô Pêdíin.
Luiz, Tumé, Possidônio,
Damião, Juca ô Zézíin.
Zuza, Vavá, Arcelino,
Apolonho, Tributino,
ô intonce, Francisquíin.
Mais, porém, o qui acuntece,
é qui in Natá, minha mãe terra,
nascí in quarenta e oito,
dispôi da sigunda guerra.
Meu pai me levô daqui,
p'ro sertão do carirí,
p'ruis forró de pé de serra.
Natá, na sigunda guerra,
foi importante na históra.
Mode incruzá o Atrântico,
ficava na trajetóra.
E Parnamirim, bacana,
era a Base Americana,
o Trampolim da Vitóra.
Foi munto grande a influença,
qui aqui sofreu, cada crã.
Tudo qui uis cara fazia,
tarde, noite e de menhã;
foi puraqui adotado,
quage tudo assimilado,
da terra do Tio Sam.
A manêra de vistí,
a manêra de falá,
ais musga, cumportamento,
tôda curtura, afiná.
E ais jove natalense,
só quiria uis gringo, pense,
na hora de se casá.
E uis pai a batizá,
uis fíi, Richard, Jonh, Bill,
Natalie, Sebastian, Paul,
Peter, Julie ô Will.
E meu pai, de peito aberto,
butô meu nome Roberto,
era um EUA no Brasil.
E cuma o nome Roberto,
é Bob, lá pruis fulano,
assim me apilidaro,
dia a dia, ano a ano.
Eu acho qui isso ixprica,
e acaba cum a futrica,
do meu nome americano...
Autor: Bob Motta
Da Academia de Trovas do Rio Grande do Norte
Da União Brasileira de trovadores-UBT-RN
Do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte
NA IMAGEM ABAIXO,
MEU ENCONTRO COM O BOB MOTA
NO IATE CLUBE DE NATAL
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário será bem vindo!