Estava de férias no Brasil e retornei a Portugal no último dia 21 de Janeiro. Três dias antes da minha chegada - precisamente no dia 18 - ocorreu uma grande missão, patrocinada por um conjunto de empresas portuguesas, e com isto, está a ser alvo de uma grande campanha publicitária. Este evento acabou por atrair muitas pessoas ao cais de Alcântara-PORTUGAL, para assistir a partida do "Navio Escola de Sagres".
Quando o comandante Luís Proença Mendes começou a dar ordens da manobra para desatracar, familiares, amigos e curiosos irromperam em palmas no cais e lágrimas rolaram na face de alguns marinheiros a bordo.
O motivo é único: Partiu para sua terceira volta ao mundo - algo que não fazia há 27 anos. Navegará ao redor do planeta, numa missão de ensino e diplomacia.
Para o comandante Proença Mendes, 43 anos, participar desta viajem é como ser selecionado para representar o país no mundial de futebol.
A caravela "Sagres" é, em parte, uma espécie de embaixada flutuante de Portugal. Por onde passa, atua como pólo de divulgação do país no exterior, além de contactar com as comunidades portuguesas.
Por outro lado, serve como elo de formação de futuros oficiais da Marinha, que se juntam à tripulação durante parte do percurso das suas missões. A bordo, os cadetes aplicam na prática os seus conhecimentos teóricos, tomam contato com longos períodos no mar e aprendem as artes de navegação astronômica, orientando-se através das estrelas e do sextante.
A "Sagres" partiu com 147 militares a bordo, aos quais se juntarão 35 cadetes, em Junho, quando o navio estiver em San Diego, nos Estados Unidos, onde cumprirão três meses no mar.
Seu primeiro porto de paragem será em Salvador-BRASIL, onde deverá chegar a 9 de Fevereiro, permanecendo durante cinco dias. No total, a viajem terá uma duração estimada de 339 dias, dos quais 71% a navegar e 29% nos portos. O navio passará por 27 cidades costeiras de 19 países diferentes, antes de regressar a Lisboa, em Dezembro.
A magnífica caravela foi construída em 1937. Depois da II Guerra Mundial, ficou na posse do BRASIL, onde foi batizada como "Guanabara". Em 1962, foi comprada pela Marinha portuguesa, tendo desde então, servido como navio-escola e como representação do país no exterior. Em 48 anos ao serviço de Portugal, a primeira volta ao mundo foi em 1978/79 e a segunda em 1983/84.
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