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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

IMPORTANTE! 2012 é último ano de adaptação ao Acordo Ortográfico no Brasil

 

No último ano de adaptação ao Acordo Ortográfico no Brasil, professores afirmam que neste ano letivo vão exigir mais o uso das novas normas pelos alunos. Muitos professores reclamam que não receberam treino ou orientações das secretarias de Educação sobre a nova ortografia, que ainda provoca muitas dúvidas nas salas de aula. E ainda há algumas escolas usando livros não adaptados às novas regras, em casos considerados excepcionais.

Em 1990, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe assinaram o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, mas ele só passou a valer no Brasil depois que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva o promulgou, em setembro de 2008. Ficou estabelecido um período de transição de 1 de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2012, com o convívio das duas normas no país. A partir de 1º de janeiro de 2013, as novas regras passam a ser obrigatórias.

O acordo alterou 0,5% das palavras do vocabulário comum do brasileiro, menos que em Portugal, que teve 1,6% das palavras atingidas.

O Ministério da Educação do Brasil (MEC), que encaminha livros didáticos para 99% das escolas públicas de todo país, afirma que todo material que enviou para uso a partir de 2010 para alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental já estava de acordo com as novas regras.

Segundo o MEC, livros com a nova ortografia começaram a ser usados por estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental em 2011. O ministério diz que distribuiu publicações adaptadas para o ensino médio em 2012. A compra dos livros é feita a cada três anos e são usados por igual período.

No entanto, a distribuição de dicionários escritos com a nova ortografia será feita pelo MEC apenas entre junho e setembro deste ano, para 1 milhão de salas de aula. Mas alguns estados não esperaram o MEC e já compraram seus próprios dicionários.

Além de livros e dicionários, o MEC investiu na compra de 204 mil exemplares do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (conhecido pela sigla Volp), editado pela Academia Brasileira de Letras para esclarecer dúvidas sobre a grafia das palavras. Todos os exemplares, segundo o ministério, já foram distribuídos.


Relembre as principais mudanças do acordo ortográfico:


- As paroxítonas terminadas em 'o' duplo não terão mais acento circunflexo; ao invés de 'abençôo', 'enjôo' ou 'vôo', agora se escreve 'abençoo', 'enjoo' e 'voo'

- Mudam as normas para o uso do hífen no meio das palavras: o hífen vai desaparecer do meio de palavras, com exceção daquelas em que o prefixo termina em `r´, casos de 'hiper-', 'inter-' e 'super-', pelo que  se passa a escrever 'extraescolar', 'aeroespacial' e 'autoestrada'

- Não se usa mais o acento circunflexo nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do substantivo dos verbo 'crer', 'dar', 'ler','ver' e seus decorrentes. Passa a ser correta a grafia 'creem', 'deem', 'leem' e 'veem'

- Criação de alguns casos de dupla grafia para fazer diferenciação, como o uso do acento agudo na primeira pessoa do plural do pretérito perfeito dos verbos da primeira conjugação, tais como 'louvámos' em oposição a 'louvamos' e 'amámos' em oposição a 'amamos'

- O trema (brasileiro) desaparece completamente. É correto escrever 'linguiça', 'sequência','frequência' e 'quinquénio' ao invés de 'lingüiça', 'seqüência', 'freqüência' e 'qüinqüénio'

- O alfabeto deixa de ter 23 letras para ter 26, com a incorporação de 'k', 'w' e 'y'

- O acento deixa de ser usado para diferenciar 'pára' (verbo) de 'para' (preposição)

- No Brasil, foi eliminado o acento agudo nos ditongos abertos 'ei' e 'oi' de palavras paroxítonas, como 'assembléia', 'idéia', 'heróica' e 'jibóia'. Desde 2010, o certo é 'assembleia', 'ideia', 'heroica' e 'jiboia'

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